São Paulo, quarta-feira, 24 de novembro de 2004

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MISSÃO NO CARIBE

Fuzileiros brasileiros detêm 6 suspeitos

Militares argentinos são assaltados e espancados em Porto Príncipe

FABIANO MAISONNAVE
DA REDAÇÃO

Onze militares argentinos de folga que planejavam passar o dia na praia foram assaltados e espancados numa falsa blitz no último domingo na violenta favela de Cité Soleil, em Porto Príncipe. Ontem, a missão militar brasileira entregou os seis supostos ladrões à polícia haitiana.
Segundo relato da brigada brasileira, responsável pela região da capital haitiana, o grupo estava numa picape cabine dupla da ONU quando foi obrigado a parar, por volta das 9h da manhã.
Os militares argentinos, pertencentes à Força Aérea, foram retirados à força e espancados pelos criminosos armados. A maioria sofreu escoriações leves, mas um deles teve a clavícula deslocada. Eles estavam sem uniforme e desarmados.
Na versão veiculada pela imprensa haitiana, eles foram despidos e deixados apenas de cuecas, mas o comandante dos fuzileiros navais brasileiros no haiti, Marco Antonio Nepomuceno da Costa, negou essa informação.
Os assaltantes só perceberam no final do assalto que se tratava de militares da missão da ONU. Temendo represálias, devolveram os pertences, como bolsas e máquinas fotográficas. Ficaram apenas com o dinheiro.
Anteontem, fuzileiros navais prenderam seis dos supostos criminosos, após serem informados da localização do carro usado no assalto. "Tivemos um pouco de sorte, porque o carro estava parado, com um pneu furado", disse o comandante Nepomuceno à Folha. Não houve resistência, mas o dinheiro não foi recuperado.
Os suspeitos foram reconhecidos pelos argentinos. Ontem à tarde, a missão brasileira organizou uma entrevista coletiva para apresentá-los. Em seguida, foram entregues à polícia haitiana, com laudos de exame de corpo de delito. O objetivo era mostrar que eles não sofreram nenhuma violência sob custódia brasileira.
Treinamento para agir no Rio de Janeiro? "Não, é completamente diferente. No Rio de Janeiro, as instituições funcionam. Aqui, não existe nada disso", disse o comandante brasileiro.


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