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MISSÃO NO CARIBE
Fuzileiros brasileiros detêm 6 suspeitos
Militares argentinos são assaltados e espancados em Porto Príncipe
FABIANO MAISONNAVE
DA REDAÇÃO
Onze militares argentinos de
folga que planejavam passar o dia
na praia foram assaltados e espancados numa falsa blitz no último domingo na violenta favela de
Cité Soleil, em Porto Príncipe.
Ontem, a missão militar brasileira
entregou os seis supostos ladrões
à polícia haitiana.
Segundo relato da brigada brasileira, responsável pela região da
capital haitiana, o grupo estava
numa picape cabine dupla da
ONU quando foi obrigado a parar, por volta das 9h da manhã.
Os militares argentinos, pertencentes à Força Aérea, foram retirados à força e espancados pelos
criminosos armados. A maioria
sofreu escoriações leves, mas um
deles teve a clavícula deslocada.
Eles estavam sem uniforme e desarmados.
Na versão veiculada pela imprensa haitiana, eles foram despidos e deixados apenas de cuecas,
mas o comandante dos fuzileiros
navais brasileiros no haiti, Marco
Antonio Nepomuceno da Costa,
negou essa informação.
Os assaltantes só perceberam
no final do assalto que se tratava
de militares da missão da ONU.
Temendo represálias, devolveram os pertences, como bolsas e
máquinas fotográficas. Ficaram
apenas com o dinheiro.
Anteontem, fuzileiros navais
prenderam seis dos supostos criminosos, após serem informados
da localização do carro usado no
assalto. "Tivemos um pouco de
sorte, porque o carro estava parado, com um pneu furado", disse o
comandante Nepomuceno à Folha. Não houve resistência, mas o
dinheiro não foi recuperado.
Os suspeitos foram reconhecidos pelos argentinos. Ontem à
tarde, a missão brasileira organizou uma entrevista coletiva para
apresentá-los. Em seguida, foram
entregues à polícia haitiana, com
laudos de exame de corpo de delito. O objetivo era mostrar que eles
não sofreram nenhuma violência
sob custódia brasileira.
Treinamento para agir no Rio
de Janeiro? "Não, é completamente diferente. No Rio de Janeiro, as instituições funcionam.
Aqui, não existe nada disso", disse
o comandante brasileiro.
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