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Uribe promete "todos os meios" para libertar reféns
Após dispensar o venezuelano Chávez das negociações com as Farc, governo colombiano deve voltar à linha-dura com a guerrilha
DA REDAÇÃO
O presidente da Colômbia,
Álvaro Uribe, declarou ontem
que usará "todos os meios" para obter a libertação dos seqüestrados nas mãos das Farc
(Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia).
Uribe o disse num encontro
do Parlamento Latino-Americano, em Bogotá, reafirmando
sua decisão, anunciada terça-feira, de afastar o presidente da
Venezuela, Hugo Chávez, das
mediações de um acordo com
as Farc de troca de 45 seqüestrados por cerca de 500 guerrilheiros presos.
O governo dos EUA, por meio
do Departamento de Estado,
manifestou ontem seu apoio a
seu aliado Uribe e instou o comando das Farc a dar provas de
que os reféns que seriam trocados -entre os quais três americanos- estão vivos.
Uribe dispensou Chávez das
negociações, que já duravam
três meses, após o venezuelano
haver tratado do assunto diretamente com o comando militar da Colômbia, algo que Uribe
diz ter pedido que não fizesse.
O jornal colombiano "El
Tiempo" divulgou ontem trecho do diálogo que Uribe teria
travado com seu colega venezuelano. Na conversa, em Santiago do Chile, o colombiano
pediu que Chávez não falasse
sobre as Farc com seus generais (leia ao lado). Mas Chávez
falou ao telefone, de Cuba, com
Mario Montoya, comandante
do Exército colombiano.
Segundo o "El Tiempo", o venezuelano queria convencer o
general a desmilitarizar temporariamente duas cidades onde
seria feita a troca de reféns por
presos. Uribe, que não admite a
desmilitarização, já havia estipulado que o papel de Chávez,
com quem não se alinha ideológica nem politicamente, acabaria em dezembro, independentemente do resultado.
Também foi desautorizada a
participar das mediações a senadora colombiana Piedad
Córdoba, oposicionista e que
auxiliava Chávez.
Após o anúncio de Uribe, tanto Paris como Caracas manifestaram seu desejo de que Bogotá
reconsiderasse. O interesse da
França no sucesso das negociações deve-se em grande parte
ao empenho do presidente Nicolas Sarkozy pela libertação da
franco-colombiana Ingrid Betancourt, nas mãos das Farc há
cinco anos.
"Se os terroristas liberarem
os seqüestrados, em uma decisão unilateral, ao presidente
Chávez (...), ou ao presidente
Sarkozy, da França, ou à Cruz
Vermelha Internacional (...), o
governo da Colômbia desde já
diz: "bem-vinda essa libertação'", disse ontem Uribe.
Segundo o "El Tiempo", entre os "meios" que o governo
colombiano empregará para libertar os reféns deve estar um
reforço das ações militares, já
adotadas na negociação linha-dura de Uribe com a guerrilha.
Com agências internacionais
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