|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
CHIAPAS
Grupos paramilitares teriam massacrado índios em área dos rebeldes
Governistas são acusados de matar mais de 40 no México
das agências internacionais
Pistoleiros invadiram aldeias
controladas por rebeldes zapatis
tas no Estado de Chiapas (sul do
México) e mataram mais de 40
pessoas, segundo a Cruz Vermelha
e membros da milícia zapatista e
da Igreja Católica.
Segundo a Cruz Vermelha da ci
dade de San Cristóbal de las Casas,
os pistoleiros teriam matado 45
pessoas, a maioria índios menores
de idade, no povoado de Acteal,
controlado pelos rebeldes, a 20 km
de San Cristóbal.
Já o Centro de Direitos Humanos
Fray Bartolomé, ligado à diocese
de San Cristóbal, afirmou que os
mortos chegariam a 47 nos povoa
dos de Acteal e Quextic.
Segundo ativistas de direitos hu
manos, o ataque contra os índios
de Acteal foi realizado por um gru
po "paramilitar" com ligações
com o PRI (Partido Revolucioná
rio Institucional, no governo).
Se confirmado o número de
mortos, será o pior ataque ocorri
do em Chiapas desde que os zapa
tistas se rebelaram, em janeiro de
1994. Cerca de 140 pessoas já mor
reram nos conflitos entre os rebel
des e as tropas do governo.
Manuel Gómez Pérez, funcioná
rio do governo rebelde na aldeia de
Polho, disse que os índios afirma
ram que os atacantes eram campo
neses membros do PRI, que já se
envolveram várias vezes em cho
ques com os rebeldes.
O bispo de San Cristóbal, Samuel
Ruiz, afirmou que os índios foram
assassinados quando estavam
orando dentro de uma igreja.
Ruiz disse à emissora de rádio es
panhola Canal Sul que o massacre
foi realizado por paramilitares
"pertencentes ao partido oficial (o
PRI)", que tinham se reunido no
povoado de Los Chorros.
O presidente mexicano, Ernesto
Zedillo, condenou o massacre e
prometeu investigar o episódio.
Segundo o porta-voz de Zedillo,
Fernando Lerdo de Tejada, o pre
sidente expressou "sua rejeição a
esse tipo de violência". Lerdo de
Tejada afirmou que Zedillo consi
dera o massacre um triste motivo
para a retomada das negociações
de paz, suspensas desde 1996.
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
|