São Paulo, quarta, 24 de dezembro de 1997.




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CHIAPAS
Grupos paramilitares teriam massacrado índios em área dos rebeldes
Governistas são acusados de matar mais de 40 no México

das agências internacionais

Pistoleiros invadiram aldeias controladas por rebeldes zapatis tas no Estado de Chiapas (sul do México) e mataram mais de 40 pessoas, segundo a Cruz Vermelha e membros da milícia zapatista e da Igreja Católica.
Segundo a Cruz Vermelha da ci dade de San Cristóbal de las Casas, os pistoleiros teriam matado 45 pessoas, a maioria índios menores de idade, no povoado de Acteal, controlado pelos rebeldes, a 20 km de San Cristóbal.
Já o Centro de Direitos Humanos Fray Bartolomé, ligado à diocese de San Cristóbal, afirmou que os mortos chegariam a 47 nos povoa dos de Acteal e Quextic.
Segundo ativistas de direitos hu manos, o ataque contra os índios de Acteal foi realizado por um gru po "paramilitar" com ligações com o PRI (Partido Revolucioná rio Institucional, no governo).
Se confirmado o número de mortos, será o pior ataque ocorri do em Chiapas desde que os zapa tistas se rebelaram, em janeiro de 1994. Cerca de 140 pessoas já mor reram nos conflitos entre os rebel des e as tropas do governo.
Manuel Gómez Pérez, funcioná rio do governo rebelde na aldeia de Polho, disse que os índios afirma ram que os atacantes eram campo neses membros do PRI, que já se envolveram várias vezes em cho ques com os rebeldes.
O bispo de San Cristóbal, Samuel Ruiz, afirmou que os índios foram assassinados quando estavam orando dentro de uma igreja.
Ruiz disse à emissora de rádio es panhola Canal Sul que o massacre foi realizado por paramilitares "pertencentes ao partido oficial (o PRI)", que tinham se reunido no povoado de Los Chorros.
O presidente mexicano, Ernesto Zedillo, condenou o massacre e prometeu investigar o episódio.
Segundo o porta-voz de Zedillo, Fernando Lerdo de Tejada, o pre sidente expressou "sua rejeição a esse tipo de violência". Lerdo de Tejada afirmou que Zedillo consi dera o massacre um triste motivo para a retomada das negociações de paz, suspensas desde 1996.



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