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São Paulo, sábado, 25 de janeiro de 2003

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Exportações de petróleo crescem 62% na semana

DA REDAÇÃO

A produção e as exportações de petróleo na Venezuela, praticamente paralisadas em dezembro por causa da greve geral promovida pela oposição, vêm crescendo nas últimas semanas, num sinal de que o presidente Hugo Chávez está conseguindo algumas vitórias em seus esforços para retomar o controle sobre a PDVSA (estatal do petróleo).
As exportações cresceram 62% na última semana, de 424 mil para 688 mil barris ao dia. A produção atingiu ontem a marca de 855 mil barris ao dia, contra 812 mil barris anteontem. Ainda assim, a produção e as exportações estão em 25% dos níveis de novembro, antes do início da greve geral, no dia 2 de dezembro.
O governo, que classifica a paralisação na PDVSA de "sabotagem", já demitiu cerca de 3.000 de seus 40 mil funcionários, dividiu a companhia em duas e vem conseguindo retomar parte da produção substituindo os grevistas por militares, petroleiros aposentados e técnicos estrangeiros.
Anteontem, diante de centenas de milhares de simpatizantes que participaram de uma passeata em Caracas, Chávez afirmou que vai vencer os "sabotadores e conspiradores golpistas" sem negociar com os grevistas.
Apesar disso, os funcionários da PDVSA em greve -cerca de 30 mil- decidiram ontem em assembléia manter a paralisação na companhia até que o governo aceite convocar eleições antecipadas e reincorporar os funcionários demitidos.
Os grevistas admitem o aumento da produção, mas dizem que, sem um acordo, ela não voltará aos 3,1 milhões de barris ao dia de antes da greve.
Eles também dizem que as pessoas convocadas por Chávez para "furar" a greve seriam responsáveis por diversos casos de derramamento de óleo e de incêndios, por não saberem como operar os equipamentos.
A Venezuela é o quinto maior produtor de petróleo do mundo. O produto responde por cerca de 80% de suas exportações. O governo admite já ter perdido US$ 4 bilhões em receita.
A greve geral vem provocando um agravamento da crise econômica no país, forçando o governo a cortar gastos e a suspender o mercado de câmbio para proteger a moeda local, o bolívar.
O banco de investimentos Santander Central Hispano advertiu que o Produto Interno Bruto venezuelano poderá cair cerca de 40% no primeiro trimestre deste ano se a greve não for suspensa logo. O PIB do país já havia caído cerca de 8% no ano passado.

Manifestação
A oposição convocou uma manifestação de 24 horas para hoje em protesto contra a decisão da Suprema Corte, na quarta-feira, de suspender as preparações para um referendo sobre o mandato de Chávez, no dia 2 de fevereiro, exigido pela oposição e rechaçado pelo governo.


Com agências internacionais


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