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São Paulo, sábado, 25 de janeiro de 2003

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TERROR

Segundo o governo, os detidos são ligados a grupos argelinos vinculados a Bin Laden e preparavam ataques químicos

Espanha prende 16 suspeitos de elo com Al Qaeda

MARTA RUIZ-CASTILLO
DA REUTERS, EM MADRI

A polícia espanhola prendeu ontem 16 suspeitos de ligação com a rede terrorista Al Qaeda, de Osama bin Laden. Segundo as autoridades, eles se preparavam para lançar ataques químicos. A informação foi dada pelo primeiro-ministro José María Aznar.
Numa operação realizada de madrugada, a polícia revistou 12 casas na região de Barcelona e também encontrou explosivos, componentes de bombas e equipamentos de transmissão por rádio usados para comunicação com extremistas islâmicos na Argélia e na Tchetchênia.
"Ela [a polícia] desbaratou uma importante rede terrorista ligada ao grupo argelino Salafista, uma divisão do Grupo Islâmico Armado (GIA), que tem vínculos claros com a organização criminosa de Bin Laden", disse Aznar. "A rede tinha ligações com terroristas presos recentemente na França e no Reino Unido, e eles estavam preparando ataques com explosivos e materiais químicos." Aznar não disse qual seria o alvo dos ataques.
O ministro do Interior, Angel Acebes, disse que a maioria dos presos é argelina. As buscas revelaram recipientes contendo resinas suspeitas, combustíveis e outros produtos químicos que estão sendo analisados, disse Acebes, além de componentes eletrônicos, detonadores e controles remotos que seriam usados na fabricação de bombas.
Fontes judiciárias disseram que os suspeitos podem ter ligações com um especialista em explosivos da Al Qaeda que foi preso em Paris, no ano passado.
A operação foi feita por cerca de 180 policiais a pedido das autoridades francesas. O ministro do Interior disse que, desde os ataques de 11 de setembro de 2001, a Espanha já prendeu 35 suspeitos de ligação com a Al Qaeda. Entre eles figuram oito acusados de envolvimento nos atentados.
A última prisão dessa natureza na Espanha tinha sido em dezembro, quando um argelino foi detido no norte do país por suspeita de ligações com o GIA e de ter feito treinamento nos campos de Bin Laden no Afeganistão.
A operação de ontem, autorizada por um juiz da Suprema Corte, levou um ano para ser preparada, segundo as autoridades.
Anteontem, no norte da Itália, cinco marroquinos foram presos por suspeita de atividades terroristas, depois de a polícia ter descoberto explosivos e mapas com o caminho para um prédio da Otan. As investigações continuam.


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