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GUERRA SEM LIMITES
Senador suíço diz ter não ter provas
Para investigador, CIA "terceiriza" a tortura de detentos na Europa
JAN BOYLE
DA REUTERS, EM ESTRASBURGO
O senador suíço Dick Marty,
que coordena uma investigação
do Conselho da Europa sobre as
acusações de que a CIA (agência
de inteligência dos EUA) mantinha prisões ilegais em países europeus, afirmou ontem que os
americanos "terceirizavam" a tortura de detentos.
"Existe grande quantidade de
evidências coerentes e convergentes que apontam para a existência
de um sistema de "transferência"
ou "terceirização" da tortura", disse Marty ao Conselho da Europa,
formado por 46 países. "É altamente improvável que os governos europeus, ou, pelo menos,
seus serviços de inteligência, não
tivessem conhecimento dos fatos", reiterou o parlamentar.
Mas o senador Marty, em relatório prévio redigido para o organismo de direitos humanos do
conselho, disse que não encontrou provas irrefutáveis que confirmem as alegações de que a CIA
teria operado centros de detenção
secretos na Europa.
Seu relatório manteve a pressão
sobre a CIA em relação às acusações de que ela teria transportado
prisioneiros, passando por aeroportos europeus, para prisões localizadas em outros países. Mas
Washington negou, e críticos disseram que o relatório não contém
informações novas.
Marty disse que já foi comprovado que "indivíduos foram seqüestrados, privados de sua liberdade e transportados para destinos diferentes na Europa, para serem entregues a países nos quais
sofreram tortura e tratamentos
degradantes". Romênia, Polônia,
Ucrânia, Kosovo, Macedônia e
Bulgária foram acusadas de permitir que a CIA utilizasse centros
de detenção em seus territórios.
Empecilho
Em Paris, o secretário norte-americano de Segurança Nacional, Michael Chertoff, disse a jornalistas que não leu o relatório de
Dick Marty, mas que "o governo
age dentro do respeito pela lei e
pela soberania dos países anfitriões dentro dos quais opera".
Ele acrescentou esperar que as
investigações encabeçadas pelo
senador não atrapalhem a cooperação entre americanos e europeus no combate ao terrorismo.
Tradução de Clara Allain
Com agências internacionais
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