DA REDAÇÃO

A União dos Democratas Cristãos (CDU), partido da chanceler alemã, Angela Merkel, venceu as eleições regionais ocorridas ontem em Hamburgo (norte), mas deve perder a maioria absoluta no Parlamento local.
Resultados preliminares apontam que a CDU, que detém o controle político da cidade portuária desde 2001, deve ficar com 43% dos votos. O índice é inferior aos 47% obtidos há quatro anos.
No Parlamento regional, a CDU provavelmente terá de fazer coalizões com o Partido Social-Democrata (SPD), com 34% dos votos, ou com o Partido Verde (9,3%).
Um escândalo de evasão de impostos de até 4 bilhões, que eram enviados a Liechtenstein e que chegou a derrubar o presidente dos Correios, pode ter afetado o desempenho da CDU.
Desde que foi eleita, há dois anos, Merkel tem liderado, em nível nacional, uma espinhosa coalizão CDU-SPD. Ela viu o apoio a seu partido diminuir em três eleições regionais neste ano, mas a situação do arqui-rival SPD é bem mais frágil. Seu líder, Kurt Beck, está pressionado após o resultado da eleição de ontem.
Os problemas do SPD poderão provocar mais tensão dentro do governo, mas poucos acreditam que a coalizão nacional possa ruir.
A ascensão do partido Die Linke (A Esquerda), grupo de ex-comunistas e egressos do SPD, é a principal razão para os problemas do SPD.
A Esquerda obteve 6,5% dos votos em Hamburgo, após boas performances nos Estados de Hesse e Baixa Saxônia, no mês passado.
"Agora eles estão estabelecidos", disse Hajo Funke, cientista político da Universidade Livre de Berlim. "Agora se discute, em especial no SPD, como se posicionar em relação à Esquerda."