São Paulo, Quinta-feira, 25 de Março de 1999
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GUERRA NA EUROPA
Vítimas seriam familiares de soldados sérvios que estavam em alojamento militar; ataque atinge sete cidades
Iugoslávia diz que ataque matou civis

das agências internacionais


O Exército iugoslavo afirmou que um número indeterminado de mulheres e crianças morreu em consequência do ataque da Otan a alojamentos militares.
Segundo um comunicado, as vítimas pertencem a famílias de soldados sérvios que fugiram de repúblicas que integravam a Iugoslávia e se tornaram independentes com o colapso da federação, no início da década de 90. O local onde as mortes teriam ocorrido não foi precisado.
Os militares iugoslavos também afirmaram ter derrubado um avião da Otan que voava sobre o norte de Kosovo. A informação chegou a ser confirmada por um porta-voz da Otan na Itália, mas foi negada depois pelo Pentágono (comando militar dos EUA).
O Pentágono, por sua vez, afirmou que três aviões da Força Aérea iugoslava foram abatidos.
Segundo comunicado da agência de notícias oficial sérvia, foram atingidos pelo menos 20 alvos em sete cidades da Iugoslávia.
Os mísseis foram disparados, na primeira fase do ataque, a partir de embarcações dos EUA e do Reino Unido, estacionadas no mar Adriático e no mar Mediterrâneo, e de aviões B-52 e B-2.
Depois, cerca de 80 aviões procedentes da base de Aviano, norte da Itália, prosseguiram com os ataques. Até o fechamento desta edição, os bombardeios prosseguiam.
Entre os locais atingidos estão uma fábrica de aviões, uma base militar e um aeroporto nos arredores de Belgrado.
O principal aeroporto de Pristina, capital de Kosovo, e instalações militares em Montenegro também foram atingidos.
O secretário de Defesa dos EUA, William Cohen, afirmou que o alvo principal da ação militar da Otan são os sistemas de defesa aérea iugoslavos e aparato militar que possa ser usado contra a população de Kosovo.
O presidente dos EUA, Bill Clinton, afirmou que o ataque visa evitar que a situação se agrave ainda mais em Kosovo.
"Só a firmeza pode evitar agora uma catástrofe maior no futuro", disse o presidente durante discurso na Casa Branca.
O presidente iugoslavo, Slobodan Milosevic, afirmou que "a única decisão certa era recusar tropas estrangeiras em nosso território". O governo iugoslavo decretou estado de guerra no país, embora não estejam claras que consequências a medida terá.
Os ataques foram ordenados porque Milosevic se recusou a aceitar um plano de paz que previa a entrada em Kosovo de cerca de 30 mil observadores militares, que monitorariam o cumprimento de um plano de autonomia.


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