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REAÇÃO CRÍTICA
Presidente Ieltsin diz que ataques à Iugoslávia representam "ato de agressão contra um Estado soberano"
Rússia ameaça tomar "medidas militares"
das agências internacionais
A Rússia condenou os ataques à Iugoslávia e disse que
tem o direito de
"tomar medidas
adequadas, inclusive militares, para garantir sua própria segurança e a da Europa", caso o conflito se alastre. Antes do ataque, pediu que o mundo detivesse o presidente americano, Bill Clinton.
O presidente russo, Boris Ieltsin,
classificou os bombardeios como
um "ato de agressão contra um Estado soberano" e se disse "profundamente chocado".
Em pronunciamento logo depois
do início do ataque, Ieltsin convocou uma reunião urgente do Conselho de Segurança da ONU, para
"exigir o fim imediato" dos bombardeios. Ele argumenta que o uso
da força contra a Iugoslávia é ilegal, pois não tem autorização.
"Não há nenhuma decisão do
Conselho de Segurança da ONU
que permita à Otan realizar uma
operação militar como essa. Isso
pode ter consequências graves",
afirmou.
O presidente russo anunciou a
suspensão da cooperação com a
Otan (aliança militar ocidental, liderada pelos EUA) no programa
Parceria para a Paz e das negociações para a abertura de uma missão militar da Otan em Moscou.
Para ele, os ataques seriam "uma
tentativa da Otan de se transformar na polícia do mundo. A Rússia
nunca aceitará isso".
"Aqueles que promoveram essa
aventura assumem toda a responsabilidade, ante o povo e ante a comunidade internacional, pelas
gravíssimas consequências para a
estabilidade internacional", disse.
Moscou declarou que analisava
outros "passos diplomáticos" para
responder à decisão da Otan.
O líder do Partido Comunista da
Rússia, Guennadi Ziuganov, disse
que "os EUA estão tomando o
mesmo caminho adotado pela Alemanha nazista".
Antes do início do ataque, Ieltsin
disse que era "preciso fazer tudo
para deter o presidente Clinton".
Segundo Ieltsin, o presidente iugoslavo, Slobodan Milosevic, é um
"interlocutor difícil", mas o Ocidente deveria se reunir com ele "20
vezes", para evitar os bombardeios
e salvar vidas.
As relações entre Washington e
Moscou vinham esfriando nos últimos dias por causa da crise de
Kosovo. Anteontem, o premiê russo, Ievguêni Primakov, cancelou
uma visita oficial aos EUA, em
protesto contra a possibilidade de
uma ação da Otan (confirmada
hoje). Seu avião estava sobrevoando o oceano Atlântico.
O porta-voz do Departamento de
Estado dos EUA, James Rubin, reconheceu que existem divergências entre esses países. Segundo
ele, no entanto, as relações estão
firmes.
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