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PERFIL
Tariq Aziz era "voz" do Iraque para o mundo
DA REDAÇÃO
Tariq Aziz desempenhou
o papel de diplomata em
momentos-chave. Vice-premiê do Iraque no governo de
Saddam Hussein, ele é uma
das figuras iraquianas mais
conhecidas no mundo. Como chanceler iraquiano durante a Guerra do Golfo (91),
tornou-se o porta-voz do governo de Bagdá e uma figura
imediatamente reconhecível
na imprensa ocidental. Nesse papel, o ajudavam seu exímio domínio do inglês e sua fachada de moderado em relação a Saddam.
Cristão, o que é pouco comum entre os altos representantes iraquianos, Aziz
não tem ligações com o clã
Tikriti, da região natal de
Saddam. Seu vínculo com o
ex-ditador data do fim dos
anos 1950, quando ambos
entraram para o partido socialista Baath.
Aziz nasceu em 1936 como
Michael Yuhanna (o atual
nome, que significa "passado glorioso", foi adotado
mais tarde), perto de Mossul, no norte do Iraque. Sua
família era humilde, e seu
pai trabalhava como garçom. Quando jovem, ele estudou literatura inglesa em
universidade de Bagdá, antes de fazer carreira no jornalismo e tornar-se editor
do principal jornal do Baath.
Isso o ajudou em seu primeiro cargo no gabinete, no final dos anos 1970, quando se tornou ministro da Informação. Em 1977, chegou ao
Conselho de Comando da
Revolução, o alto comitê do
Baath que governava o país.
Marcou a história recente
iraquiana ao garantir o
apoio dos EUA ao Iraque em
sua guerra de oito anos contra o Irã, nos anos 1980, e forjar laços econômicos fortes
com a então União Soviética.
Foi após um encontro seu
com o presidente Ronald
Reagan (1981-1989) na Casa
Branca que o Iraque e os
EUA retomaram seus laços
diplomáticos, em 1984.
Após a invasão do Kuait,
em 1990, e a guerra que a seguiu, Aziz ganhou destaque
na imprensa mundial ao
embarcar numa rodada de
visitas a capitais estrangeiras
para angariar apoio a Bagdá.
Pouco antes do início das
hostilidades, numa reunião
com o então secretário de
Estado dos EUA, James Baker, em Genebra, Aziz se recusou a aceitar uma carta do
presidente George Bush
(1989-1993) a Saddam Hussein, num gesto que ficou famoso e que assinalou a inevitabilidade da ação militar.
Em seu país, Aziz já sobreviveu a reviravoltas e dificuldades, desde os expurgos
políticos de Saddam Hussein até uma tentativa de assassinato em 1980 por radicais apoiados pelo Irã. Algumas fontes dizem que o próprio Saddam matou membros de sua família próxima.
De acordo com quem o conhece, Tariq Aziz é calmo,
cortês e falante. Os charutos,
que viraram sua marca registrada, aliados aos óculos e
ao bigode, já motivaram algumas comparações de sua
aparência com a do humorista Groucho Marx. Mas essa imagem esconde os nervos de aço e a grande habilidade política que lhe possibilitaram sobreviver no Iraque de Saddam Hussein.
Com agências internacionais
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