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ONU dá sobrevida ao Petróleo por Comida
ROBERTO DIAS
DE NOVA YORK
O Conselho de Segurança da
ONU estendeu até 3 de junho o
controle do secretário-geral da
entidade, Kofi Annan, sobre o
programa Petróleo por Comida.
É a primeira decisão do órgão
em relação ao Iraque após a tomada de Bagdá pelas forças anglo-americanas. Aprovada por unanimidade pelos 15 membros do
Conselho, a medida representa
uma sobrevida de três semanas ao
programa, que anteriormente tinha permissão para ser dirigido
pela ONU até 12 de maio.
A decisão, porém, pouco esclarece sobre o passo seguinte, ou seja, quem controlará o petróleo
iraquiano, ponto central da queda-de-braço sobre o papel na
ONU no pós-guerra.
"Minha sensação é que estão
apenas ganhando tempo", afirmou Eric Schwartz, que trabalhou
como assessor do ex-presidente
americano Bill Clinton para assuntos da ONU. "Não estou convencido de que a França esteja
pronta para aprovar uma resolução que automaticamente suspenda as sanções", disse.
Único responsável pela alimentação de 60% da população iraquiana, o programa havia sido
suspenso em 17 de março, às portas do conflito no Iraque. Em 28
de março, o Conselho adotou
uma resolução autorizando Annan a administrar o programa
por 45 dias -é justamente esse o
prazo ampliado ontem.
Os EUA pressionam pelo fim do
Petróleo por Comida, criado por
causa das sanções econômicas
impostas ao Iraque. Mas encontram resistência de outros países
para que isso ocorra sem que esteja claro o papel da ONU no país, o
que põe o programa no centro da
disputa de poder.
No rastro de um movimento
iniciado na terça-feira pela França, a Rússia disse ontem ser favorável à suspensão temporária das
sanções ao Iraque. "Mas repito
que estamos falando sobre uma
suspensão parcial e temporária",
disse seu ministro das Relações
Exteriores, Igor Ivanov.
Para convencer o Conselho a tomar a decisão de ontem, o diretor-executivo do Petróleo por Comida, Benon Sevan, disse ao órgão que 11 dos 45 dias do plano
inicial foram desperdiçados com
detalhes de burocracia e procedimento.
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