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TURQUIA
Governistas indicam chanceler para Presidência; laicos temem
DO "NEW YORK TIMES", EM
ISTAMBUL
Reforçando a posição de
uma nova classe muçulmana
que se descreve como moderada, o partido do premiê
turco, Recep Tayyp Edorgan,
escolheu ontem o chanceler
Abdullah Gul, de formação
islâmica, como candidato à
Presidência. A eleição ocorre
no Parlamento a partir da
próxima sexta em várias rodadas, nas duas primeiras
das quais o candidato precisa
obter dois terços dos votos.
A Turquia é um país muçulmano, mas a estrutura do
Estado é estritamente laica,
e a Presidência é o posto
mais importante.
É pouco esperada uma reação positiva dos turcos laicos, parte dos quais se preocupa com possíveis riscos para o estilo de vida ocidentalizado que adotam (que inclui
o consumo de álcool, minissaias e piscinas mistas).
Fluente em inglês e um reformista ágil que há muito
representa o país no exterior,
Gul se mostrou ciente dessas
preocupações em uma entrevista coletiva ontem, em Ancara, na qual exaltou as diferenças. Sua candidatura significa uma pequena concessão -a pior escolha para os
laicos seria Edorgan, que não
se candidatou.
Ainda assim, caso Gul venha a ser confirmado, seu
partido ocuparia ao mesmo
tempo a Presidência, a chefia
de governo e a presidência do
Legislativo, um alinhamento
que o líder oposicionista Deniz Baykal descreve como
"desfavorável": "Esse quadro
não satisfaria as realidades e
as necessidades da Turquia".
O AK, que Gul ajudou a
fundar, deriva do movimento islâmico que cresceu na
Turquia nos anos 90, mas
suas posições políticas se
moderaram significativamente ao chegar ao poder em
2002. Desde então, o partido
vem adotando políticas pragmáticas que resultaram em
um "boom" econômico sem
precedentes e abriram o Estado, em parte com o objetivo de qualificar a Turquia a
entrar na União Européia.
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