|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
CUBA
Políticos e rádios vêem desfalecimento do ditador como "boa notícia'; dirigente vai à TV e diz que brincou de morto
Cubanos de Miami festejam colapso de Fidel
DA REDAÇÃO
A comunidade cubana em Miami (EUA) comemorou ontem o
colapso do ditador Fidel Castro,
74, durante um discurso em Havana no sábado. Rádios hispânicas de Miami desenterraram o lema: "No Castro, no problem"
(sem Castro, sem problema).
"O comprometimento da saúde
de Fidel Castro é uma boa notícia
para os exilados cubanos e para
todos os povos escravizados do
mundo", disse Ileana Ros-Lehtinen, senadora de origem cubana.
Na manhã de sábado, após quase duas horas discursando sob sol
forte, Fidel reclinou a cabeça sobre os microfones e teve de ser
amparado por assessores para
não cair em pleno palanque.
Minutos mais tarde, depois de
receber inalação de oxigênio e ter
sua pulsação verificada numa ambulância, o ditador voltou para
acalmar a multidão de cerca de 60
mil pessoas, que o receberam com
gritos de "Fidel, Fidel".
Foi a primeira vez em 42 anos
no poder que Fidel não terminou
um discurso.
"Tomara que seja mais sério do
que parece", acrescentou a senadora Ileana, uma das principais
defensoras da manutenção do
embargo econômico norte-americano contra Cuba.
O exilado cubano Josi Luis Espinosa disse ao jornal "El Nuevo
Herald", de Miami, que "celebraria a morte de Fidel, mas gostaria
que ele sofresse antes".
Em Cuba, o único jornal que
circula aos domingos estampou
ontem a manchete "Estamos
bem". Segundo o texto, "os cubanos devem agradecer pelo sol forte de ontem, que serviu para mostrar o quanto Cuba ama Fidel".
Ar-condicionado
Depois de interromper o discurso por causa do mal-estar, Fidel,
que está a dois meses de completar 75 anos, voltou a falar em público, ainda no sábado, para mostrar que sua saúde vai bem.
"Gosto deste lugar. É confortável e está mais fresco", disse o presidente cubano horas depois do
incidente, falando às câmeras da
televisão oficial do país.
Fidel ainda brincou com os jornalistas presentes no "Mesa-redonda", programa diário sobre
política exibido pela TV estatal.
"Pode-se dizer que brinquei de
morto para ver quem iria comparecer ao meu enterro", disse.
Fidel foi à TV acompanhado de
seu irmão, Raul, 70, número dois
do Partido Comunista e ministro
da Defesa de Cuba. Apesar de sua
discrição, Raul é tido como um
potencial sucessor do ditador cubano, cujo estado de saúde, até o
colapso de anteontem, era tema
banido na mídia do país.
Com agências internacionais
Texto Anterior: Terremoto no sul do Peru matou ao menos 47; frio castiga desabrigados Próximo Texto: Tensão: Ministro reabre crise no governo argentino Índice
|