UOL


São Paulo, quarta-feira, 25 de junho de 2003

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

PAZ SOB ATAQUE

Israelense prevê trégua de 3 meses do Hamas

Israel prende 130 palestinos em operação militar na Cisjordânia

Lefterir Pitaraskis/Associated Press
Com os olhos vendados, palestinos detidos por Israel se enfileiram para interrogatório em Hebron


DA REDAÇÃO

O Exército de Israel prendeu ontem 130 palestinos em operação militar para capturar integrantes de grupos terroristas em Nablus e Hebron, na Cisjordânia.
As ações visavam impedir que militantes de grupos terroristas cometessem atentados, segundo afirmou Raanan Gissin, porta-voz do premiê Ariel Sharon.
A Autoridade Nacional Palestina (ANP) classificou como uma "loucura israelense" as operações em Nablus e Hebron. "Essas prisões são uma tentativa de sabotar as nossas negociações com o Hamas. Israel não deseja um cessar-fogo", disse o chefe de gabinete da ANP, Iasser Abed Rabbo.
Abdel Aziz Rantissi, líder do Hamas, ferido recentemente em ataque israelense, disse: "Estamos diante de um ataque sionista, e não é lógico que aceitemos o cessar-fogo nessas condições".
Apesar da declaração de Rantissi, uma autoridade do serviço de inteligência de Israel afirmou ontem que o Hamas está próximo de concordar em princípio com três meses de cessar-fogo. A trégua incluiria o fim das ações inclusive na Cisjordânia e na faixa de Gaza.
Porém, anteontem, o governo israelense afirmou que encara com ceticismo o cessar-fogo, alegando que seria uma estratégia do Hamas para se reagrupar após a ofensiva israelense e cometer mais atentados no futuro.
Os israelenses exigem que a ANP desmantele os grupos terroristas, confisque as suas armas e prenda seus membros, conforme estipula o plano de paz que prevê a criação de um Estado palestino.
A declaração de um cessar-fogo abriria caminho para a finalização do acordo para a retirada israelense de parte da faixa de Gaza e de Belém (Cisjordânia). Essas áreas passariam a ser controladas pela ANP. A medida serviria de teste para o novo governo palestino, que deveria mostrar que tem condições de controlar a segurança nas áreas desocupadas, que seriam ampliadas gradativamente.
O ministro de Assuntos de Segurança palestino, Mohammed Dahlan, disse a uma rede de TV de Israel que não irá tolerar ações terroristas nessas áreas, pois isso daria para a reocupação.

Árabes-israelenses
Israel acusou líderes do Movimento Islâmico, principal organização árabe-israelense do país, de conceder US$ 6,8 milhões para grupos terroristas.

Com agências internacionais


Texto Anterior: Guerra sem limites: Bin Laden será capturado, diz Bush
Próximo Texto: Epidemia: OMS declara Pequim livre de surto da Sars
Índice

UOL
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.