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Eleição superacirrada polariza o México
A uma semana da votação pela sucessão de Vicente Fox, esquerdista e conservador disputam eleitorado ponto a ponto
López Obrador e Calderón buscam reforçar suas bases na reta final da disputa para governar o segundo país mais importante da região
RAUL JUSTE LORES
DA REPORTAGEM LOCAL
A uma semana da eleição
presidencial mais disputada da
história do México, o esquerdista Andrés Manuel López
Obrador e o conservador Felipe
Calderón estão tecnicamente
empatados nas pesquisas. Ambos com cerca de 35% das preferências. Como não há segundo turno, um deles pode virar
presidente por poucos votos.
A estratégia de ambos é a de
reforçar suas bases. Obrador
dobrou suas promessas de justiça social e o clima de luta de
classes, enquanto Calderón
promete as benesses das reformas do "livre mercado". Ao
mesmo tempo, tratam de arrancar votos do "espólio" do
Partido Revolucionário Institucional (PRI). Depois de 70
anos em que os caudilhos do
PRI se revezaram no poder, o
partido deve ficar em um modesto terceiro lugar.
Seus eleitores podem migrar
para o voto útil. "Os mexicanos
sempre preferem o vencedor. É
o efeito Brasil na Copa do Mundo. Como o México sempre
perde cedo no mundial, os mexicanos acabam torcendo para
o Brasil", aposta Arturo Sarukhan, chefe de campanha de
Felipe Calderón.
Os dois não poderiam ser
mais diferentes. O neoliberal
conservador de Harvard e o populista que se orgulha de não
conhecer o "mundo". Talvez as
únicas semelhanças sejam que
ambos tenham vindo de famílias de classe média baixa, do
interior do país, e começado na
política muito cedo.
O resultado será mais um capítulo na disputa entre esquerda e direita na América Latina,
Alca ou Alba. O México tem peso para mudar a direção da balança. Com 107 milhões de habitantes e uma economia quase
do tamanho da brasileira, é o
país mais importante da América Latina depois do Brasil.
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