UOL


São Paulo, sexta-feira, 25 de julho de 2003

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

11 DE SETEMBRO

Relatório do Congresso sobre atentados critica comunicação ruim entre a CIA e o FBI

Informante do FBI conhecia 2 sequestradores

DA REDAÇÃO

A incapacidade do FBI (polícia federal dos EUA) em explorar informações de um colaborador que conhecia 2 dos 19 acusados de serem sequestradores de aviões nos atentados de 11 de setembro de 2001 frustrou a melhor chance de descobrir o plano, segundo relatório do Congresso sobre o caso.
O documento final da investigação conjunta feita pelos comitês de inteligência da Câmara e do Senado afirma que ao menos dois dos acusados de serem os sequestradores -Khalid Almihdhar e Nawaf Alhazmi- tiveram vários contatos com um antigo informante do FBI na Califórnia.
Embora a CIA (serviço secreto americano) tivesse a informação de que os dois eram ligados à rede terrorista Al Qaeda e ao seu líder, Osama bin Laden, responsáveis pelos ataques que mataram cerca de 3.000 pessoas, a agência não agiu rapidamente e não incluiu seus nomes entre os que deveriam ser impedidos de entrar nos EUA.
Além disso, a informação que a CIA tinha de que os dois homens poderiam já estar nos EUA não foi passada ao FBI. Por causa disso, a polícia federal não teve a chance de usar o informante na Califórnia para coletar dados sobre eles.
"O que está claro (...) é que os contatos do informante com os sequestradores, se tivessem sido explorados, teriam dado ao escritório do FBI em San Diego [Califórnia] talvez a melhor chance das agências de inteligência para descobrir o plano", diz o relatório.
O agente do FBI que era responsável pelo informante disse ao Congresso que, se soubesse que Almihdhar e Alhazmi tinham ligações com redes terroristas, "isso seria uma grande diferença".
O relatório também detalhou como o alto escalão do FBI ignorou um memorando de julho de 2001 no qual um agente de Phoenix (Arizona) relatava preocupação com um esforço de Bin Laden para que militantes fizessem aulas de pilotagem de avião nos EUA.
Segundo uma versão censurada do memorando, incluída no relatório do Congresso, o agente avisou que um "exagerado número de indivíduos suspeitos" faziam aulas de pilotagem no Arizona.
Após os atentados, o FBI descobriu que um dos citados no memorando era um instrutor de vôo que estava ligado a Hani Hanjour, acusado de ser um dos sequestradores. Outro foi preso num esconderijo da Al Qaeda em 2002.
O diretor do FBI, Robert Mueller, disse que sua agência tem trabalhado para melhorar a troca de informações com outros órgãos.


Com agências internacionais


Texto Anterior: Fotos de Uday e Qusay são exibidas
Próximo Texto: Direitos humanos: Juiz argentino manda prender 45 militares
Índice

UOL
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.