São Paulo, Domingo, 25 de Julho de 1999 |
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VIDA NA CASA BRANCA Durante escândalo Lewinsky, assessor de Clinton manteve credibilidade e senso de humor malicioso "McCurry foi um excelente porta-voz"
da "George" Em vista de tudo o que aconteceu nos últimos 14 meses, muitas vezes nos perguntamos como o presidente Bill Clinton conseguia sair da cama todas as manhãs e ir trabalhar. Mas a grande pergunta é como o porta-voz da Casa Branca, Mike McCurry, conseguiu fazer seu trabalho? Dia após dia, era ele quem tinha de enfrentar o bando de jornalistas da Casa Branca, enquanto Bill Clinton tentava se manter distante da imprensa. A capacidade mostrada por McCurry para conservar sua credibilidade, ao mesmo tempo em que apresentava a versão governista dos acontecimentos -e ainda conservava seu senso de humor malicioso-, fez dele, para muitos, o melhor porta-voz presidencial em décadas.
Quando deixou a Casa Branca para trabalhar no setor privado, em outubro passado, ele recebeu da mídia quase tantos elogios quanto na época de sua indicação. Mesmo assim, alguns integrantes do governo se queixaram de sua suposta proximidade excessiva com a imprensa e sua defesa pouco acirrada do presidente. Os comentários duros que teceu recentemente a respeito do escândalo que envolveu o presidente e a ex-estagiária da Casa Branca Monica Lewinsky não aumentaram seu grau de aprovação no círculo mais próximo de Clinton. Como porta-voz do senador Bob Kerrey, de Nebraska, em 92, McCurry questionou abertamente se Bill Clinton, então pré-candidato do Partido Democrata à Presidência dos EUA, era "suficientemente honesto" para o cargo. Mas, em 93, Clinton convocou McCurry para ser o porta-voz do Departamento de Estado. Dois anos mais tarde, ele tomou o lugar de Dee Dee Myers como porta-voz do presidente. E as relações instáveis da Casa Branca com a imprensa melhoraram praticamente da noite para o dia. Desde que deixou o governo, McCurry vem desfrutando sua recém-conquistada condição de celebridade. Formado na Universidade Princeton em 1976, iniciou carreira em relações públicas na Public Strategies, uma empresa de Washington cuja sede fica próxima de seu antigo emprego. McCurry é sedutoramente franco ao conversar. Fica claro que ele se compraz ao falar não em nome do governo, mas dele mesmo. Pergunta - Todos nós já o observamos esgrimindo com jornalistas nos "briefings" diários à
imprensa, mas qual é exatamente o trabalho do porta-voz da
Presidência? Pergunta - Quais de seus antecessores deixou um exemplo
que você não quis seguir? Pergunta - De que modo?
Pergunta - Quais são as consequências imediatas de um porta-voz que é visto como adotando um tom excessivamente protetor em relação à Presidência? Pergunta - Você mencionou
antes que a imprensa e a Casa
Branca têm uma relação fundamentalmente antagônica. Como
você fazia para não levar essa
coisa ao nível pessoal? Leia continuação à pág. 1-19 Texto Anterior: China reforça repressão a seita Próximo Texto: Projeto da revista "George" fracassa Índice |
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