|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Bagdá faz novo ultimato a milícia xiita em Najaf
DA REDAÇÃO
O governo interino do Iraque
lançou ontem um novo ultimato,
e as forças iraquianas -associadas a marines, veículos militares e
bombardeiros americanos-
apertaram o cerco ao templo do
imã Ali, em Najaf. Na mesquita,
sagrada para os xiitas, se refugiaram cerca de mil integrantes do
Exército Mehdi, a milícia do clérigo radical Moqtada al Sadr.
À noite, com forças iraquianas
estacionadas a 200 metros do
templo e tanques americanos a
menos de 500 metros, o levante
parecia estar perdendo força.
Os Estados Unidos voltaram a
bombardear alvos rebeldes nas
cercanias e dentro do centro antigo de Najaf, e o ministro da Defesa iraquiano, Hazem Shaalan, voltou a exigir a rendição dos insurgentes xiitas. No entanto, até o fechamento desta edição, não havia
sinal de que as tropas haviam
avançado em direção ao templo
sitiado.
O paradeiro do clérigo radical
era desconhecido. A polícia iraquiana afirma que Al Sadr fugiu
de Najaf, mas os assessores do líder xiita afirmaram que ele está
em um esconderijo na cidade.
De qualquer modo, segundo os
relatos de agências de notícias no
local, a ausência do clérigo parece
ter baixado o moral de seus seguidores. Nem por isso, entretanto, a
situação podia ser considerada
tranqüila. Explosões e tiros foram
ouvidos durante todo o dia pelas
ruas da cidade. "Estamos sob
constante fogo das armas leves,
morteiros e granadas do inimigo", disse o tenente americano
Chris Kent. "As forças americanas
estão consolidando suas posições
para futuras operações."
O jornal "The Washington
Post" divulgou uma reportagem
ontem segundo a qual os militares
americanos na região de Najaf estariam apenas aguardando a autorização definitiva do governo
interino iraquiano para invadir. A
cidade concentra alguns dos principais santuários do xiismo. Uma
ação pesada ali poderia provocar
um levante nacional.
O gabinete do premiê Iyad Allawi e os cerca de 135 mil soldados
americanos que permanecem no
Iraque após a transição administrativa, à frente de uma força multinacional, têm encontrado grandes dificuldades para conter a violência no Iraque. Os confrontos,
no entanto, são localizados
-ocorrem sobretudo na conturbada Província de Anbar (oeste),
sunita, e em sete cidades xiitas no
sul do país.
Em Amarah (sul), embates entre membros do Exército Mehdi
que atacaram um comboio militar e soldados britânicos deixaram oito mortos e 18 feridos, segundo fontes hospitalares. Na capital, dois ministros do gabinete
interino foram alvo de ataques
contra suas caravanas, mas não se
feriram. Os dois incidentes, no
entanto, deixaram um saldo de
cinco mortos -todos guarda-costas dos ministros.
Jornalista italiano
Insurgentes do autodenominado Exército Islâmico do Iraque
disseram ter seqüestrado o jornalista italiano Enzo Baldoni, que
trabalha para a Cruz Vermelha.
Em um vídeo levado ao ar pela TV
Al Jazira (de Qatar), o grupo exibiu imagens do jornalista e exigiu
a retirada dos cerca de 3.000 soldados italianos que estão no país
em 48 horas, caso contrário, afirma, não poderá "assegurar a segurança" de Baldoni.
O gabinete do primeiro-ministro da Itália, Silvio Berlusconi,
emitiu um comunicado no qual
afirmou estar "fazendo todo o
possível" pela libertação do refém. Quatro italianos foram seqüestrados no meio do ano no
Iraque, e um deles foi morto.
Com agências internacionais
Texto Anterior: Frases Próximo Texto: Principal hospital não comporta mais vítimas Índice
|