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Principal hospital não comporta mais vítimas
DA REUTERS
O principal hospital de Najaf
não pode mais lidar com o caos na
cidade de 600 mil habitantes, que
neste mês se tornou campo de batalha entre os seguidores do clérigo radical xiita Moqtada al Sadr e
soldados americanos.
Compõem o cenário pacientes
com medo de ir ao hospital por
causa dos combates, médicos sem
instrumentos necessários para
salvar vítimas e ambulâncias que
não podem circular durante a
noite para resgatar pacientes.
"A situação está tão instável que
existem vítimas de ataque cardíaco e derrame preferindo morrer
em casa a se arriscar a sair nas
ruas", diz Ahmed Hamza, um
médico-residente de 25 anos do
Hospital Geral Al Hakim.
Como o maior hospital da cidade está interditado desde o levante, em abril, é o Al Hakim que tem
de comportar o excesso de pacientes. "De repente, este virou o
principal pronto-socorro da cidade, e nós não damos conta."
As principais causas de morte
são morteiros destinados a soldados americanos ou às casas de autoridades iraquianas apoiadas pelos EUA e franco-atiradores que
passaram a ocupar boa parte dos
telhados da cidade. A maior parte
das vítimas é civil.
"Num dia normal, temos entre
dez e 15 mortos. Cinco são vítimas
de franco-atiradores atingidos no
peito ou no abdômen, e a maioria
dos demais foi atingida por morteiros. Nós não temos nem o tempo nem os equipamentos necessários para salvá-los", diz Hamza,
que chegou a Najaf há sete meses.
Sua expectativa era evitar prontos-socorros sangrentos como os
de Bagdá e lidar com casos menos
deprimentes. Agora ele passa seu
dia tratando de adultos e crianças
mutilados por morteiros e estilhaços -e há dias em que os médicos simplesmente não dão conta
da demanda, como na semana
passada, quando uma bomba
atingiu uma delegacia vizinha e
matou 35 pessoas.
Como se não bastasse, o próprio
hospital foi alvo de um ataque nos
primeiros dias de combate em
Najaf, quando um foguete atingiu
o pátio e matou um motorista de
ambulância que dormia no veículo estacionado.
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