São Paulo, quinta-feira, 25 de agosto de 2005

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

MISSÃO NO CARIBE

Para general Urano, é improvável que problema de violência em Porto Príncipe, a capital, seja resolvido

Pleito preocupa general que assume no Haiti

PEDRO DIAS LEITE
DE NOVA YORK

Comandante da missão militar da ONU no Haiti a partir do próximo dia 31, o general gaúcho Urano Teixeira da Matta Bacellar afirma que as eleições serão uma parte "crítica" do trabalho e que "é preciso que os eleitores tenham confiança para comparecer [às urnas]".
Bacellar, 58, vai substituir o general Augusto Heleno Ribeiro Pereira, que comandou a missão por quase um ano e meio. Leia abaixo a entrevista.

 

Folha - Quais as principais dificuldades que o senhor prevê?
General Urano Teixeira da Matta Bacellar -
Na verdade, vamos nos concentrar em seguir com o trabalho que vem sendo feito lá. Acho que o período de estabelecimento de missão é muito difícil, mas foi muito bem conduzido. Agora vamos partir para outra fase, que tem uma parte crítica, o período eleitoral. Mas acho que a situação do Haiti, principalmente de Porto Príncipe [a capital], está melhorando um pouco.

Folha - Uma das principais questões de segurança era a dos seqüestros. Como o senhor vê esse problema?
Bacellar - /PONGAs dificuldades vão continuar existindo. Numa cidade com a estrutura de Porto Príncipe, com as favelas, a gente sabe que isso é uma coisa que não se resolve de uma hora para a outra. E, provavelmente, o problema dos seqüestros não vai ser resolvido. Talvez reduzir, deixar sob controle, mas é totalmente improvável que eles acabem.

Folha - E na questão das eleições? O senhor já sabe qual o plano para tentar fazer com que o processo seja pacífico?
Bacellar -
Não tenho conhecimento do planejamento detalhado. A missão tem trabalhado com a polícia da ONU de tal maneira a viabilizar a realização das eleições. O que eu sei é que o registro eleitoral está tendo algum sucesso, atingiram os 2 milhões de registros entre 3,5 milhões; é um avanço razoável. Agora, é preciso que esses eleitores tenham confiança para comparecer.

Folha - No Iraque, as eleições foram um período de muita tensão. Houve um aumento estrondoso da violência, mas o comparecimento foi considerado bom. O senhor teme um crescimento da violência também no Haiti?
Bacellar -
Espero que não, espero que as medidas tomadas consigam evitar isso.
Nossa intenção é superar esse tipo de problema. Mas a situação do Haiti não tem nada a ver com a do Iraque.


Texto Anterior: Oriente Médio: Quatro morrem após remoção israelense
Próximo Texto: Aviação: 2 brasileiros e mais 57 sobrevivem a desastre no Peru
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.