São Paulo, quinta-feira, 25 de agosto de 2011

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FOCO

Presidente pendura quadro sobre segregação no Salão Oval

DE WASHINGTON

Primeiro presidente negro dos EUA, Barack Obama evita debates envolvendo cor de pele. Há algumas semanas, porém, ele levou a questão para dentro da Casa Branca, ao pendurar do lado de fora de seu gabinete um dos quadros mais emblemáticos dos anos de segregação no país.
"The Problem We All Live With" (o problema com o qual todos convivemos) foi pintado pelo ilustrador nova-iorquino Norman Rockwell (1894-1978), cuja obra retrata com ironia o cotidiano dos EUA nos anos 20 aos 70 e reflete questões sociais-chave.
A imagem baseia-se numa cena de 1960 (auge da luta pelos direitos civis). Foi feita para a revista "Look" e mostra uma altiva menininha negra entrando em uma escola onde a segregação acaba de ser revertida por ordem judicial.
A tensão é explícita: ladeada por oficiais de Justiça, ela passa por um muro onde se lê "nigger" -forma pejorativa para negro- e pode ser visto um tomate espatifado.
A menina na cena é Ruby Bridges, então com 6 anos, que entrava em uma escola recém-integrada em Nova Orleans, no sul dos EUA. Segundo o jornal eletrônico "Politico", foi Ruby, hoje com 56 anos, que contatou Obama sobre o quadro.
O presidente o pendurou no mês passado em uma parede externa do Salão Oval, mas só ontem o episódio veio à tona. Em vídeo da Casa Branca no YouTube, ele observa a pintura com Ruby.
"Se não fosse por vocês [que participaram da luta pelos direitos civis], eu não estaria aqui, e talvez nós não estivéssemos olhando para isso juntos", diz Obama.
O episódio coincide com a inauguração, no último domingo, de um monumento ao líder civil Martin Luther King Jr. no Washington Mall -onde estão homenagens a presidentes como Abraham Lincoln e Thomas Jefferson.
(LUCIANA COELHO)


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