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IRAQUE SOB TUTELA
Violência e seqüestros levam empresas de mídia de França, Alemanha e Espanha a retirar seus correspondentes
Jornalistas europeus abandonam Iraque
DA REDAÇÃO
A ARD, maior rede de TV e rádio da Alemanha, anunciou que
irá retirar seus dois correspondentes do Iraque após ter recebido alerta do governo de que jornalistas do país poderão se tornar
alvo de seqüestradores. Ontem foi
anunciado que mais seis egípcios
e quatro iraquianos foram capturados por insurgentes nos últimos
dois dias.
Até este mês, a captura de estrangeiros acontecia quase sempre de forma aleatória e improvisada, em ações desenvolvidas nas
perigosas estradas iraquianas. Os
últimos seqüestros, porém, mostram que essas operações estão ficando com um grau de planejamento maior.
"A retirada temporária de nosso
correspondente está sendo preparada", disse uma porta-voz da
Suedwestrundfunk, a emissora
regional que cuida da cobertura
do conflito no Iraque para a ARD.
Um porta-voz de outra emissora
da ARD informou que o correspondente de rádio da rede irá retornar hoje a Amã (Jordânia), onde permanecerá por tempo indeterminado.
O Ministério das Relações Exteriores da Alemanha não se manifestou sobre o assunto ontem,
mas na semana passada já havia
reforçado o alerta feito em março
de 2003 -mês em que os EUA invadiram o Iraque para derrubar o
ex-ditador Saddam Hussein.
A Espanha recomendou à imprensa do país que retirasse seus
jornalistas do Iraque, de acordo
com notícia divulgada no site do
jornal "El Mundo". Um jornalista
da Efe disse que a agência de notícias espanhola mandou seu correspondente abandonar o Iraque.
Na quarta-feira, a rede de TV
francesa TF1, a principal do país,
decidiu não mais manter jornalistas no país. Anteontem, a decisão
foi seguida pela France 3. Dois repórteres franceses permanecem
seqüestrados há mais de um mês.
A França e a Alemanha foram
os principais opositores à decisão
dos Estados Unidos de invadir o
Iraque. A Espanha se juntou ao
grupo após a vitória do socialista
José Luis Rodríguez Zapatero nas
eleições parlamentares de março.
Egípcios seqüestrados
Em duas operações, realizadas
quarta e quinta-feira, seqüestradores capturaram seis egípcios e
quatro iraquianos que trabalhavam para uma empresa de telefonia celular iraquiana.
Anteontem à noite, homens armados invadiram a empresa em
Bagdá e levaram dois egípcios. Os
seqüestradores colocaram os dois
engenheiros em uma BMW preta
e saíram em disparada.
Os outros oito haviam sido seqüestrados no dia anterior, enquanto trabalhavam em Fallujah
(50 km a oeste de Bagdá).
"Os seqüestrados foram para o
Iraque ajudar nos esforços da
construção de um novo Iraque",
disse um comunicado do Ministério das Relações Exteriores do
Egito, que informou estar se esforçando para libertar os reféns.
As famílias das italianas Simona
Pari e Simona Torreta, que trabalhavam em uma agência humanitária em Bagdá, ganharam novas
esperanças com o anúncio feito
pela rede de TV Al Arabiya de que
dois iraquianos supostamente relacionados com o seqüestro das
duas haviam sido capturados. A
morte delas havia sido anunciada
na quarta-feira, mas até agora não
houve confirmação.
Bombardeio em Fallujah
Aeronaves americanas fizeram
novos bombardeios contra supostos esconderijos de seguidores
do terrorista jordaniano Abu Musab al Zarqawi em Fallujah, foco
da insurgência sunita. Em Bagdá,
quatro pessoas morreram com a
explosão de um morteiro. A embaixada italiana também foi atacada com morteiros -segundo a
Chancelaria italiana, três iraquianos sofreram ferimentos leves.
Em Beiji, ao norte da capital, sabotares fizeram novo ataque à rede de oleodutos que serve à refinaria da cidade.
A Marinha dos EUA comunicou ontem que três integrantes da
equipe de elite Seal foram acusados de cometer abusos contra prisioneiros no Iraque. Quatro outros marinheiros da Seal já haviam recebido a mesma acusação
no início do mês.
Com agências internacionais
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