São Paulo, sábado, 25 de setembro de 2004

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DIPLOMACIA

Com as mudanças, Brasil terá status elevado, afirma o chanceler

Amorim vê reforma da ONU "pronta"

LUCIANA COELHO
DE NOVA YORK

Se houver reforma no Conselho de Segurança da ONU, o Brasil vai se tornar membro permanente, avaliou ontem o chanceler Celso Amorim após uma semana de reuniões para debater o tema durante a Assembléia Geral.
"A reforma já está pronta como idéia, agora só tem de materializar", disse o ministro após participar de uma reunião de chanceleres do G-4, os quatro países que pleiteiam uma vaga permanente e se apóiam mutuamente -Brasil, Índia, Alemanha e Japão.
Amorim ressaltou que, caso se torne membro permanente, o Brasil não terá de aumentar sua contribuição à ONU, hoje por volta de US$ 28 milhões -cerca de 1,5% do Orçamento da instituição e acima do valor pago por Rússia e China, que são membros permanentes.
"Para operações de paz há um acréscimo para os permanentes. Mas esse é um preço mínimo a pagar para ter uma influência efetiva nos acontecimentos mundiais", disse Amorim, referindo-se ao direito de veto na ONU, reservado aos permanentes.

Apoio crescente
Segundo o chanceler, cerca de 70 dos quase 100 países que participaram do debate da Assembléia Geral se declararam favoráveis à reforma do Conselho, dos quais mais de 30 defenderam a ampliação das vagas permanentes.
"Todos aqueles que são a favor da reforma já sabem qual reforma é possível. Será com esses quatro e mais algum. Ou então não haverá reforma", afirmou. O quinto candidato, provavelmente africano, não está definido.
"A África do Sul fez um anúncio em Pretória dizendo estar disponível, acho que a Nigéria também. E dizem que o Egito também falará", disse Amorim, que anteriormente mostrara preferência pela África do Sul. Mas, para que o G-4 se torne G-5, ainda são necessárias discussões.


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