São Paulo, sábado, 25 de setembro de 2010

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Colômbia plantou GPS em chefe das Farc

Mono Jojoy, líder militar e número dois da guerrilha, morto por Bogotá, usava calçado especial devido a doença

Guerrilheiro, que sofria de diabetes, teve o seu corpo identificado por relógio e remédios em uniforme camuflado

DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

Botas equipadas secretamente com GPS permitiram o rastreamento do líder militar das Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia) Jorge Briceño, o Mono Jojoy. Um relógio de luxo e medicamentos para diabetes identificaram o seu corpo.
Jojoy, 57, número dois das Farc, teve a sua morte anunciada anteontem pela Colômbia. A baixa foi considerada por Bogotá o maior golpe na história da narcoguerrilha.
A doença de que padecia o guerrilheiro foi utilizada para seu rastreamento. Segundo a rádio local RCN, o serviço de inteligência colombiano interceptou pedido de Jojoy por tipo especial de botas para ferimentos que ele tinha nos pés -devido ao diabetes.
A informação permitiu a agentes que interceptassem o produto e plantassem um dispositivo de GPS -localizador por satélite- que emitiu sinal indicando sua movimentação na região serrana de La Macarena (a cerca de 280 km ao sul de Bogotá).
A operação teve início com intenso bombardeio no local. Houve em seguida incursões terrestres com parte dos 800 agentes, quando foi encontrado o corpo do guerrilheiro.
"Foi uma operação cirúrgica. Sabíamos que [Jojoy] tinha o costume de se levantar entre 1h e 4h para consultar documentos. Por isso se decidiu que [o ataque] ocorreria às 2h", afirmou o ministro da Defesa, Rodrigo Rivera.
Militares que fizeram a incursão reconheceram o corpo de Jojoy pelo relógio de luxo no pulso e pelos remédios para diabetes no seu uniforme com camuflagem de padrão "digital" -utilizado por forças como EUA e Canadá.
Segundo Rivero, o corpo, transferido a Bogotá na noite de quinta, já teve a identificação por impressões digitais.
Na ação, morreram mais de 20 guerrilheiros. Foram achados 20 computadores portáteis e 69 memórias USB.
As Farc, que desde 2008 já perderam três membros da sua alta cúpula, disseram ontem, por meio de um site, que ainda esperam uma "chance para as negociações de paz".

SANTOS E OBAMA
O presidente da Colômbia, Juan Manuel Santos, reuniu-se ontem com o americano Barack Obama, às margens da Assembleia Geral da ONU.
"[Quinta] foi um grande dia para o povo colombiano, acossado há muito tempo por essa insurgência terrorista", afirmou o americano.
Santos disse que o enfraquecimento das Farc possibilita o início de uma "nova agenda" na relação com os EUA, que desde 2000 auxilia financeiramente Bogotá no combate à narcoguerrilha.


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