São Paulo, sábado, 25 de setembro de 2010

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Por dólares, país construirá 16 campos de golfe

ENVIADA ESPECIAL A HAVANA

Na busca por euros e dólares, o ministro do Turismo de Cuba, Manuel Marrero, disse que a partir de janeiro o país começará a negociar a construção de 16 campos de golfe de 18 buracos, a serem bancados por capital externo -inclui-se no projeto a venda de casas a estrangeiros nestas áreas, com licenças de propriedade válidas por 99 anos.
É um projeto focado em consumidores milionários, que também estariam interessados em marinas para iates de alto luxo.
Atualmente, o país tem apenas dois campos de golfe. Um fica em Varadero. O outro, na periferia de Havana, no caminho para o aeroporto -é o tradicional Clube de Golfe de Havana, fundado por ingleses nos anos 20.
"Não adianta os burocratas inventarem uma vocação golfista para Cuba. Aqui só dá para jogar ou bem cedinho ou pouco antes do pôr do sol", disse à Folha um funcionário do clube, às 10h30 da última segunda-feira, suando sob calor úmido de 35ºC.
O clube de Havana, com seus cem sócios, tem apenas 9 buracos (para fazer os 18 buracos, são necessárias duas voltas). "É um campo rústico, que fica vazio a maior parte do tempo -como agora".
A resistência do funcionário à construção dos novos campos, que ele acha que "não sairão nunca do mundo das ideias más", tem uma explicação: "Se foi para construir um monte de áreas em que os cubanos verdadeiros não poderão nunca ir, então, para que socialismo?"


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