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Por dólares, país construirá 16 campos de golfe
ENVIADA ESPECIAL A HAVANA
Na busca por euros e dólares, o ministro do Turismo de Cuba, Manuel Marrero, disse que a partir de
janeiro o país começará a
negociar a construção de
16 campos de golfe de 18
buracos, a serem bancados por capital externo
-inclui-se no projeto a
venda de casas a estrangeiros nestas áreas, com licenças de propriedade válidas por 99 anos.
É um projeto focado em
consumidores milionários, que também estariam
interessados em marinas
para iates de alto luxo.
Atualmente, o país tem
apenas dois campos de
golfe. Um fica em Varadero. O outro, na periferia de
Havana, no caminho para
o aeroporto -é o tradicional Clube de Golfe de Havana, fundado por ingleses nos anos 20.
"Não adianta os burocratas inventarem uma vocação golfista para Cuba.
Aqui só dá para jogar ou
bem cedinho ou pouco antes do pôr do sol", disse à
Folha um funcionário do
clube, às 10h30 da última
segunda-feira, suando sob
calor úmido de 35ºC.
O clube de Havana, com
seus cem sócios, tem apenas 9 buracos (para fazer
os 18 buracos, são necessárias duas voltas). "É um
campo rústico, que fica
vazio a maior parte do
tempo -como agora".
A resistência do funcionário à construção dos novos campos, que ele acha
que "não sairão nunca do
mundo das ideias más",
tem uma explicação: "Se
foi para construir um
monte de áreas em que os
cubanos verdadeiros não
poderão nunca ir, então,
para que socialismo?"
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