DA REDAÇÃO

As pessoas da "região de risco" em torno de Washington se disseram aliviadas e esperançosas de que a prisão dos dois suspeitos acabasse com a angústia e a expectativa de novos ataques.
Metade dos habitantes da região vizinha da capital americana temia ser a próxima vítima do "atirador de Washington", revelou uma pesquisa do "Washington Post" -28% se disseram ao menos um pouco preocupados e só 19% se disseram tranquilos.
Mais de 40% dos pesquisados se disseram mais temerosos em relação à segurança pessoal agora do que após os ataques terroristas de 11 de setembro ou durante os casos de envio de antraz.
"Eu não moro em Nova York nem trabalho no Pentágono. Esse sujeito estava por aqui, na avenida Geórgia, ou seja, bem no meu quintal", disse ao "Post" uma moradora da área que, por medo do atirador, pediu para não ter o nome revelado pelo diário.
Muitos dos que acabaram implementando um toque de recolher informal nos últimos dias agora esperam que a vida tome de novo a sua rotina.
Outros defendem punições exemplares para os presos.
"Foram dias aterradores", disse Ilhan Ali, que trabalha num supermercado no Condado de Montgomery -nesse condado foram mortas 6 das 10 vítimas fatais do atirador. "Não levei meus filhos para a escola nos últimos dias. Eles tinham muito medo e não queriam sair de casa."
Judy Swanson, avó de duas crianças, se disse "prudentemente otimista". "Cada novo assassinato aumentava mais o meu pânico", disse. Swanson defendeu a pena de morte para os responsáveis pelas mortes: "Se deixarmos que essas pessoas vivam, isso dará uma mensagem muito negativa ao país. Creio que elas deveriam morrer. E olhe que eu não sou uma pessoa violenta".
Bob Meyers, irmão de uma das vítimas, Dean Harold Meyers, disse esperar com impaciência que a polícia anuncie se os presos são ou não os responsáveis pelas mortes. Ele porém não deixou de ser otimista: "Estamos muito contentes que esse banho de sangue tenha finalmente terminado".
Mesmo com a notícia das prisões, as escolas da região continuavam em alerta ontem. As crianças e os adolescentes não puderam ficar ao ar livre durante os intervalos das aulas nem puderam usar os campos de esporte.
"O pessoal das escolas, os alunos, os pais e a população devem continuar sendo flexíveis e pacientes para permitir às autoridades escolares que se adaptem às circunstâncias que vão se alterando", disse um comunicado da Comissão de Educação do Condado de Montgomery.