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Líder na capital
trata de pacto
com o governo
JOÃO CARLOS BOTELHO
DA REDAÇÃO
Apesar de ser contra o estilo militarista do presidente Álvaro Uribe, Luis Eduardo Garzón, líder
nas pesquisas de intenção para a
Prefeitura da capital colombiana,
Bogotá, não se mostra disposto
em caso de vitória a criar um pólo
de confrontação com o rival, ao
menos no início de sua gestão.
"Vou falar com o presidente sobre um pacto de não-agressão",
disse ontem Garzón, que se define
como de centro-esquerda, em entrevista acompanhada pela Folha,
por telefone. Essa conversa poderia ocorrer já amanhã. O cargo de
prefeito de Bogotá é o segundo
mais importante da Colômbia.
A liderança do candidato do Pólo Democrático Independente
ainda apresenta uma margem pequena, como mostrou a última
pesquisa do instituto Napoleón
Franc, mas Garzón está em ascensão, já que assumiu a primeira colocação só na semana passada.
Ele aparecia nessa sondagem
com 44,6%, contra 40,6% do segundo colocado, o jornalista Juan
Lozano, um liberal que é aliado de
Uribe e, assim como Garzón, não
se lançou por nenhum dos dois
partidos mais tradicionais da Colômbia, o Liberal e o Conservador. A margem de erro é de 2,8%.
O candidato do Pólo Democrático, porém, recebeu o apoio dos
liberais. Ele é sindicalista e comandou a Central Unitária dos
Trabalhadores, a principal organização sindical colombiana. Nas
últimas eleições presidenciais, foi
um dos derrotados por Uribe.
Mesmo com a intenção de não
iniciar um confronto com o presidente do país, Garzón não deixa
de criticar as posições de Uribe,
sobretudo no principal trunfo do
rival, a política de segurança.
"As pessoas estão vendo que os
problemas não podem ser resolvidos só com pulso. É preciso ter coração, no sentido de que há uma
exclusão social muito grande."
Garzón também é crítico da
condução do Plano Colômbia,
que propicia ao país auxílio financeiro e militar dos EUA. "O governo tem de entender que não pode
ter relações só com os EUA."
Ao definir seu estilo político, diz
ser "um lulista por princípios" e
ter boas relações com o presidente brasileiro, o PT e a CUT (Central Única dos Trabalhadores).
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