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São Paulo, sábado, 25 de outubro de 2003

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Líder na capital trata de pacto com o governo

JOÃO CARLOS BOTELHO
DA REDAÇÃO

Apesar de ser contra o estilo militarista do presidente Álvaro Uribe, Luis Eduardo Garzón, líder nas pesquisas de intenção para a Prefeitura da capital colombiana, Bogotá, não se mostra disposto em caso de vitória a criar um pólo de confrontação com o rival, ao menos no início de sua gestão.
"Vou falar com o presidente sobre um pacto de não-agressão", disse ontem Garzón, que se define como de centro-esquerda, em entrevista acompanhada pela Folha, por telefone. Essa conversa poderia ocorrer já amanhã. O cargo de prefeito de Bogotá é o segundo mais importante da Colômbia.
A liderança do candidato do Pólo Democrático Independente ainda apresenta uma margem pequena, como mostrou a última pesquisa do instituto Napoleón Franc, mas Garzón está em ascensão, já que assumiu a primeira colocação só na semana passada.
Ele aparecia nessa sondagem com 44,6%, contra 40,6% do segundo colocado, o jornalista Juan Lozano, um liberal que é aliado de Uribe e, assim como Garzón, não se lançou por nenhum dos dois partidos mais tradicionais da Colômbia, o Liberal e o Conservador. A margem de erro é de 2,8%.
O candidato do Pólo Democrático, porém, recebeu o apoio dos liberais. Ele é sindicalista e comandou a Central Unitária dos Trabalhadores, a principal organização sindical colombiana. Nas últimas eleições presidenciais, foi um dos derrotados por Uribe.
Mesmo com a intenção de não iniciar um confronto com o presidente do país, Garzón não deixa de criticar as posições de Uribe, sobretudo no principal trunfo do rival, a política de segurança.
"As pessoas estão vendo que os problemas não podem ser resolvidos só com pulso. É preciso ter coração, no sentido de que há uma exclusão social muito grande."
Garzón também é crítico da condução do Plano Colômbia, que propicia ao país auxílio financeiro e militar dos EUA. "O governo tem de entender que não pode ter relações só com os EUA."
Ao definir seu estilo político, diz ser "um lulista por princípios" e ter boas relações com o presidente brasileiro, o PT e a CUT (Central Única dos Trabalhadores).


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