São Paulo, sábado, 25 de novembro de 2000

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ORIENTE MÉDIO
Rússia patrocina aproximação entre líderes palestino e israelense
Arafat fala com Barak por telefone

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

A Rússia voltou a assumir um papel importante na mediação do processo de paz israelo-palestino ontem, quando o presidente Vladimir Putin conseguiu que o líder palestino Iasser Arafat, que estava no país, e o premiê de Israel, Ehud Barak, conversassem ao telefone.
Arafat e Barak concordaram em retomar as reuniões nos escritórios de cooperação, e o líder palestino disse que quer o fim da violência na região.
Anteontem, Israel havia ordenado que os palestinos deixassem os escritórios conjuntos de cooperação na Cisjordânia e na faixa de Gaza devido a uma explosão em um escritório de Gaza, na qual um israelense morreu e dois palestinos ficaram feridos.
Arafat, que também se reuniu com o patriarca da Igreja Ortodoxa Russa, Alexis 2º, declarou que "a Rússia tem um papel muito importante como país co-patrocinador do processo de paz".
Diplomatas russos afirmaram que o país vai usar sua "posição única" para promover a paz na região. Um encontro patrocinado pelos EUA no mês passado não conseguiu reduzir a violência em Gaza e na Cisjordânia.
Após a reunião com Putin, o líder palestino disse que o acordo de Sharm al Sheikh (Egito), realizado em meados de outubro, deve ser implementado e que as tropas israelenses porão fim ao fechamento das cidades palestinas e "suspenderão a ação militar e a agressão" contra os palestinos e seus locais sagrados.
Israel anunciou que Shlomo Ben Ami, ministro das Relações Exteriores, viajará a Moscou na próxima semana. Ben Ami conversou ontem com o chanceler russo, Igor Ivanov, ao telefone.
Desde o início da atual Intifada (levante popular), em 28 de setembro, Ivanov já foi à região duas vezes. Os confrontos se iniciaram após a visita de Ariel Sharon, líder do partido de direita Likud (oposição), ao Monte do Templo (ou Santuário Nobre, para os árabes), em Jerusalém.
Ontem, soldados israelenses mataram dois palestinos (um de 15 anos) em conflitos na Cisjordânia e em Gaza, onde um colono judeu foi morto por palestinos.
Em Khan Yunis (Gaza), houve pânico nas ruas devido a enfrentamentos. Palestinas tentaram fugir do local, em meio a balas, carregando crianças que gritavam -ao menos 15 pessoas ficaram feridas. Outros dois palestinos feridos em choques anteriores morreram ontem.
Houve diversos conflitos em Jenin, Qalqilia e Belém (Cisjordânia), onde um tanque israelense destruiu parcialmente o hotel Paraíso, um dos principais da cidade sob controle palestino.
A brigada militar do grupo extremista islâmico Hamas reivindicou a autoria do atentado com um carro-bomba que matou dois israelenses em Hadera (ao norte de Tel Aviv) na quarta-feira.

Pesquisa
Cerca de oito em cada dez israelenses (78%) estão insatisfeitos com o modo como o premiê Barak lida com a onda de violência em Israel e nos territórios palestinos, segundo uma pesquisa divulgada ontem.
Feita pelo Gallup, que entrevistou 593 israelenses, a pesquisa indica que apenas 18% das pessoas consultadas estão satisfeitas com a forma como Barak administra a situação atual. A margem de erro é de 4,5 pontos percentuais para mais ou para menos.



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