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ORIENTE MÉDIO
Rússia patrocina aproximação entre líderes palestino e israelense
Arafat fala com Barak por telefone
DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS
A Rússia voltou a assumir um
papel importante na mediação do
processo de paz israelo-palestino
ontem, quando o presidente Vladimir Putin conseguiu que o líder
palestino Iasser Arafat, que estava
no país, e o premiê de Israel, Ehud
Barak, conversassem ao telefone.
Arafat e Barak concordaram em
retomar as reuniões nos escritórios de cooperação, e o líder palestino disse que quer o fim da violência na região.
Anteontem, Israel havia ordenado que os palestinos deixassem
os escritórios conjuntos de cooperação na Cisjordânia e na faixa de
Gaza devido a uma explosão em
um escritório de Gaza, na qual um
israelense morreu e dois palestinos ficaram feridos.
Arafat, que também se reuniu
com o patriarca da Igreja Ortodoxa Russa, Alexis 2º, declarou que
"a Rússia tem um papel muito
importante como país co-patrocinador do processo de paz".
Diplomatas russos afirmaram
que o país vai usar sua "posição
única" para promover a paz na região. Um encontro patrocinado
pelos EUA no mês passado não
conseguiu reduzir a violência em
Gaza e na Cisjordânia.
Após a reunião com Putin, o líder palestino disse que o acordo
de Sharm al Sheikh (Egito), realizado em meados de outubro, deve ser implementado e que as tropas israelenses porão fim ao fechamento das cidades palestinas e
"suspenderão a ação militar e a
agressão" contra os palestinos e
seus locais sagrados.
Israel anunciou que Shlomo
Ben Ami, ministro das Relações
Exteriores, viajará a Moscou na
próxima semana. Ben Ami conversou ontem com o chanceler
russo, Igor Ivanov, ao telefone.
Desde o início da atual Intifada
(levante popular), em 28 de setembro, Ivanov já foi à região
duas vezes. Os confrontos se iniciaram após a visita de Ariel Sharon, líder do partido de direita Likud (oposição), ao Monte do
Templo (ou Santuário Nobre, para os árabes), em Jerusalém.
Ontem, soldados israelenses
mataram dois palestinos (um de
15 anos) em conflitos na Cisjordânia e em Gaza, onde um colono
judeu foi morto por palestinos.
Em Khan Yunis (Gaza), houve
pânico nas ruas devido a enfrentamentos. Palestinas tentaram fugir do local, em meio a balas, carregando crianças que gritavam
-ao menos 15 pessoas ficaram
feridas. Outros dois palestinos feridos em choques anteriores morreram ontem.
Houve diversos conflitos em Jenin, Qalqilia e Belém (Cisjordânia), onde um tanque israelense
destruiu parcialmente o hotel Paraíso, um dos principais da cidade
sob controle palestino.
A brigada militar do grupo extremista islâmico Hamas reivindicou a autoria do atentado com
um carro-bomba que matou dois
israelenses em Hadera (ao norte
de Tel Aviv) na quarta-feira.
Pesquisa
Cerca de oito em cada dez israelenses (78%) estão insatisfeitos
com o modo como o premiê Barak lida com a onda de violência
em Israel e nos territórios palestinos, segundo uma pesquisa divulgada ontem.
Feita pelo Gallup, que entrevistou 593 israelenses, a pesquisa indica que apenas 18% das pessoas
consultadas estão satisfeitas com
a forma como Barak administra a
situação atual. A margem de erro
é de 4,5 pontos percentuais para
mais ou para menos.
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