das agências internacionais

Militares golpistas na Costa do Marfim (leste da África) anunciaram ontem que derrubaram o governo do presidente Henri Konan Bedie e decretaram toque de recolher à noite. Bedie se refugiou na casa do embaixador francês.
O ex-comandante militar Robert Guei disse na TV que os golpistas estabeleceram um comitê de salvação pública para governar o país, um dos mais estáveis da África. A Costa do Marfim nunca sofreu um golpe militar desde a independência da França, em 1960, e é o maior produtor mundial de cacau.
Guei foi demitido da chefia das Forças Armadas e colocado sob prisão domiciliar acusado de tramar um golpe em 95, quando Bedie foi eleito presidente.
A França, que mantém algumas tropas no país, condenou o golpe. O preço do cacau nos mercados futuros subiu quase 8% em meio a temores de que o abastecimento possa ser comprometido por causa da instabilidade no país.
Fontes militares disseram que parte do Exército é contra o golpe militar, que deve causar um boicote internacional.
O Parlamento, o governo e as principais instituições do país foram dissolvidos, e os golpistas dariam mais esclarecimentos sobre suas intenções mais tarde, disse Guei.
Apesar de disparos ouvidos na capital, não foram registrados mortos ou feridos. Também não havia sinal ontem de resistência popular.
Guei disse que os golpistas querem a libertação imediata de todos os prisioneiros políticos, incluindo 11 líderes do partido do ex-premiê Alassane Ouattara, que está na França e pretendia disputar a Presidência com Bedie em 2000.
O país atravessa crise econômica por causa dos baixos preços do cacau no mercado internacional.


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