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FOLHA VERDE
Legenda que defende a legalização da erva pode eleger deputado
Até partido da maconha sobe
DA REDAÇÃO
A fragmentação política pode
ajudar um partido polêmico a
estrear no Parlamento israelense. Pesquisas mostram o Ale Yarok (Folha Verde), que defende
a legalização da maconha, perto
do mínimo de votos (1,5% do
total, ou cerca de 50 mil) necessários para eleger um deputado.
"Estamos muito perto. Algumas pesquisas nos mostram
dentro, outras fora. Não saberemos até o último minuto", disse
à Folha Boaz Wachtel, 44, o líder do partido. Na última eleição, ele obteve 1% dos votos.
A pena em Israel para usuários flagrados com até 15 gramas
da erva são multa de até US$ 20
mil e até três anos de prisão.
O Ale Yarok propõe a adoção
de leis semelhantes às de países
europeus como a Holanda ou a
Suíça, que toleram as drogas leves e concentram a repressão
contra o tráfico de drogas pesadas, como cocaína e heroína.
"Queremos que a cannabis
entre na mesma categoria do álcool e do tabaco", disse Wachtel. "Queremos quebrar o mercado negro e destinar o dinheiro
dos impostos da venda da cannabis para tratar alcoólatras e
viciados em drogas pesadas."
As passeatas do partido -que
defende também medidas de
proteção ambiental- vêm se
tornando eventos concorridos
entre os jovens. No ano passado,
um piquenique pela liberalização da maconha num parque de
Tel Aviv reuniu 4.000 pessoas.
Dadas as particularidades do
partido, porém, o número de
militantes registrados é inexpressivo. "As pessoas temem se
filiar, pois têm medo de que essa
lista de membros caia nas mãos
da polícia", explicou Wachtel.
"Muitos de nossos ativistas foram fichados na polícia por fumar maconha, o que os prejudica pelo resto da vida, impedindo
que consigam trabalho."
Ele próprio recorre a malabarismos verbais para evitar problemas com a Justiça. Indagado
se admite em público que fuma
maconha, respondeu: "Se dissesse que não fumo maconha,
seria um mentiroso. Se dissesse
que fumo, seria criminoso. Então, prefiro não dizer".
(MS)
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