UOL


São Paulo, domingo, 26 de janeiro de 2003

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

FOLHA VERDE

Legenda que defende a legalização da erva pode eleger deputado

Até partido da maconha sobe

DA REDAÇÃO

A fragmentação política pode ajudar um partido polêmico a estrear no Parlamento israelense. Pesquisas mostram o Ale Yarok (Folha Verde), que defende a legalização da maconha, perto do mínimo de votos (1,5% do total, ou cerca de 50 mil) necessários para eleger um deputado.
"Estamos muito perto. Algumas pesquisas nos mostram dentro, outras fora. Não saberemos até o último minuto", disse à Folha Boaz Wachtel, 44, o líder do partido. Na última eleição, ele obteve 1% dos votos.
A pena em Israel para usuários flagrados com até 15 gramas da erva são multa de até US$ 20 mil e até três anos de prisão.
O Ale Yarok propõe a adoção de leis semelhantes às de países europeus como a Holanda ou a Suíça, que toleram as drogas leves e concentram a repressão contra o tráfico de drogas pesadas, como cocaína e heroína.
"Queremos que a cannabis entre na mesma categoria do álcool e do tabaco", disse Wachtel. "Queremos quebrar o mercado negro e destinar o dinheiro dos impostos da venda da cannabis para tratar alcoólatras e viciados em drogas pesadas."
As passeatas do partido -que defende também medidas de proteção ambiental- vêm se tornando eventos concorridos entre os jovens. No ano passado, um piquenique pela liberalização da maconha num parque de Tel Aviv reuniu 4.000 pessoas.
Dadas as particularidades do partido, porém, o número de militantes registrados é inexpressivo. "As pessoas temem se filiar, pois têm medo de que essa lista de membros caia nas mãos da polícia", explicou Wachtel.
"Muitos de nossos ativistas foram fichados na polícia por fumar maconha, o que os prejudica pelo resto da vida, impedindo que consigam trabalho."
Ele próprio recorre a malabarismos verbais para evitar problemas com a Justiça. Indagado se admite em público que fuma maconha, respondeu: "Se dissesse que não fumo maconha, seria um mentiroso. Se dissesse que fumo, seria criminoso. Então, prefiro não dizer". (MS)


Texto Anterior: Partido que ataca os ortodoxos é sucesso
Próximo Texto: Palestinos não acreditam em mudanças
Índice


UOL
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.