|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
ARGENTINA
Polícia barra entrada de chefe do BC, que processa governo
DE BUENOS AIRES
O presidente do Banco
Central argentino, Martín
Redrado, exonerado do cargo por um decreto da presidente do país, Cristina
Kirchner, cuja validade ele
questiona na Justiça, foi impedido pela Polícia Federal
de entrar na sede no banco.
No sábado, ele anunciou
que iria trabalhar na segunda-feira, enquanto o chefe de
gabinete de Cristina, Aníbal
Fernández, já afirmara que
usaria a polícia para impedir
seu ingresso no banco.
Redrado, no entanto, foi à
sede do BC na noite de domingo, com seus advogados.
Ao ter o ingresso negado, denunciou Fernández por
"abuso de autoridade".
Fernández diz que a ordem para a polícia deter Redrado não partiu dele, mas
sim do presidente interino
do BC, Miguel Pesce, ex-vice
de Redrado.
Redrado disse ao diário
"Clarín" que iria "ao ataque"
e que possui "a lista de amigos do poder que compraram
dólares". Cristina pediu
abertura de investigação judicial contra Redrado, por
supostamente acobertar ou
facilitar irregularidades.
Cristina destituiu Redrado
no último dia 8, com um decreto "de necessidade e urgência" em que aponta "má
conduta e descumprimento
de deveres". Ele resistia a
cumprir decreto presidencial emitido em 15 de dezembro para transferir ao Tesouro reservas do BC, a serem
usadas no pagamento da dívida externa.
Como Cristina ignorou a
obrigação legal de ouvir o
Congresso (que está em recesso) antes de removê-lo,
Redrado obteve liminar que
o manteve no cargo até sexta,
quando a Câmara de Apelações anulou a medida.
A Casa Rosada e Redrado
interpretam de maneira distinta a decisão da Câmara de
Apelações, que colocou o
cargo de Redrado "em reserva", até que o Congresso se
pronuncie sobre sua saída.
Para o governo, a sentença
marca a saída definitiva de
Redrado, já que a lei dispõe
que o Executivo tem a obrigação de ouvir o Congresso,
mas não de seguir seu parecer. Para Redrado, a sentença acata o argumento de que
sua demissão foi irregular.
(SILVANA ARANTES)
Texto Anterior: Voo com 90 a bordo cai perto de Beirute Próximo Texto: Polícia reprime ato estudantil em Caracas Índice
|