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ORIENTE MÉDIO
Secretário de Estado dos EUA reconhece que palestinos e israelenses estão longe de retomar o diálogo de paz
"Volta às negociações demorará", diz Powell
DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS
"Será preciso muito tempo antes que as negociações de paz (entre palestinos e israelenses) sejam
retomadas", afirmou o secretário
de Estado dos EUA, Colin Powell,
que faz a sua primeira visita ao
Oriente Médio desde que assumiu o cargo.
O premiê eleito de Israel, por
sua vez, disse que só voltará a negociar a paz quando o presidente
da ANP (Autoridade Nacional
Palestina), Iasser Arafat, tomar
medidas para conter a onda de
violência que atinge a região há
quase cinco meses. "Israel não negociará sob a pressão do terror e
da violência", afirmou.
Ontem, num espaço de poucas
horas, Powell manteve encontros
com Sharon, em Jerusalém, com
Arafat, em Ramallah, e com o rei
da Jordânia, Abdullah, em Amã, a
capital jordaniana. Depois seguiu
para o Kuait, onde participou das
comemorações pelos dez anos do
fim da Guerra do Golfo.
"O desafio é como recomeçar as
negociações. É uma questão de
quem porá as chaves nas portas e
recomeçará a abrir as fechaduras", disse Powell, antes de sair de
Jerusalém em direção a Amã.
Durante o encontro com Arafat,
cerca de 2.500 manifestantes palestinos saíram às ruas de Ramallah exigindo que o visitante norte-americano fosse para casa e
afirmando que "o povo palestino
vai continuar a luta".
O presidente da ANP afirmou
que Israel deveria reduzir o bloqueio econômico que faz contra
as áreas palestinas da Cisjordânia
e da faixa de Gaza, para que as negociações de paz sejam retomadas o mais rápido possível.
Em Amã, o rei Abdullah corroborou a posição de Arafat e disse
que o fim do bloqueio econômico
israelense deveria ser "a base da
retomada dos acordos". Também
houve protestos na capital jordaniana contra a presença do secretário de Estado norte-americano.
"Estamos cientes das dificuldades do povo palestino e estamos
querendo tomar providências para ajudá-lo", afirmou Zalman
Shoval, assessor direto de Sharon.
Dois colonos israelenses foram
feridos a bala e um adolescente
palestino foi morto em incidentes
na Cisjordânia. O Exército israelense relatou mais 12 tiroteios em
assentamentos da região, mas não
confirmou se havia mais feridos.
O palestino morto tinha 17 anos
e foi atingido por uma bala no estômago durante uma manifestação em que pedras e coquetéis
molotov eram atirados contra soldados israelenses.
Pelo menos 332 palestinos, 13
árabes israelenses e 61 judeus foram mortos desde a eclosão da
nova Intifada, em 28 de setembro.
O levante popular começou após
a visita de Sharon a um local disputado em Jerusalém Oriental.
Novo gabinete
Hoje termina o prazo que o premiê eleito deu aos trabalhistas para que decidissem sobre a participação no novo gabinete israelense
a ser formado. Sharon, que é do
Likud, partido de direita, derrotou Ehud Barak, do Partido Trabalhista e candidato à reeleição,
nas eleições do último dia 6.
Barak já negou que aceitaria assumir o posto de ministro da Defesa num governo de coalizão nacional, mas ainda há intensas negociações entre os partidos para a
formação do novo gabinete.
Uma das maiores discussões
políticas entre os dois partidos é
se o novo premiê estará obrigado
ou não a respeitar os acordos assinados por seu antecessor.
Iraque
Com a presença de alguns dos
líderes da coalizão que expulsou
as tropas de ocupação iraquianas,
foram iniciadas as comemorações
do governo kuaitiano pelos dez
anos do fim da Guerra do Golfo.
A ex-premiê britânica, Margaret Thatcher, o ex-presidente
George Bush, pai do atual presidente dos EUA, George W. Bush,
e o ex-presidente argentino Carlos Menem já estão em Al Kuait, a
capital do país, para os festejos.
Na época da guerra, o atual secretário de Estado americano, hoje general reformado, estava na
ativa -era chefe do Estado-Maior dos EUA. Chamado de "velho amigo" pelas autoridades
kuaitianas, Powell tem defendido
o recrudescimento das sanções
internacionais contra o Iraque.
Ontem, o governo iraquiano pediu que o Conselho de Segurança
da ONU retirasse todos as sanções contra o país.
"Cumprimos todas as resoluções das ONU, agora queremos o
fim das sanções", afirmava um
comunicado oficial. O ditador
Saddam Hussein não fez aparições públicas.
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