São Paulo, segunda-feira, 26 de fevereiro de 2001

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Bloqueio inibe ajuda dos EUA a palestinos

WILLIAM A. ORME JR.
DO "THE NEW YORK TIMES"

O maior controle de Israel sobre os movimentos dos palestinos está paralisando as ações do governo norte-americano na área de desenvolvimento econômico em territórios palestinos, segundo relataram ontem funcionários dos EUA, durante a visita do secretário de Estado norte-americano, Collin Powell, a Israel.
Vários projetos foram cortados por restrições israelenses às importações e participantes palestinos em programas de treinamento estão sendo impedidos de viajar livremente dentro ou fora dos territórios, denunciaram diplomatas norte-americanos.
Os EUA têm investido anualmente mais de US$ 100 milhões em projetos de desenvolvimento nas áreas palestinas e não vêem com bons olhos as recentes medidas restritivas do governo israelense. Na semana passada funcionários norte-americanos ficaram em alerta quando Israel impediu a saída de uma delegação de economistas e industriais palestinos para um ciclo de seminários promovido pelos EUA em Roma e para uma visita à Organização Mundial do Comércio, em Genebra.
Os seminários, de acordo com os seus organizadores, tinham como principal objetivo apoiar "os esforços das autoridades palestinas em incluir a economia do país na era da globalização".
"Pedimos às autoridades israelenses que cessassem essa política de pressão econômica contra os palestinos, sobretudo as restrições ao movimento de grupos envolvidos em importantes atividades econômicas e comerciais", disse Larry Shartz, porta-voz da Embaixada dos EUA em Israel.
Para viajar até o aeroporto internacional Ben Gurion, que fica próximo a Tel Aviv, a delegação palestina necessitava da autorização oficial de Israel para 17 dos seus 21 integrantes -os demais possuíam passaporte americano ou eram residentes de Jerusalém Oriental.
Embora as autoridades militares israelenses tivessem garantido que os vistos seriam concedidos, na última hora a delegação foi informada de que os 17 pedidos de saída do país haviam sido negados. Para Maher Masri, ministro palestino da Indústria e do Comércio que organizou a delegação com o apoio de funcionários americanos, "Israel não tem como alegar nenhuma medida de segurança que justifique suas ações ilegais nessa matéria".
Funcionários do gabinete do primeiro-ministro israelense responderam que as razões específicas da suspensão dos vistos eram de responsabilidade das Forças Armadas de Israel, que são responsáveis pelos assuntos civis em territórios palestinos.
Questionados sobre a medida, os militares israelenses afirmaram que a atual política do governo é de rejeitar os vistos de viagem de todos os palestinos, a menos que funcionários do primeiro escalão de Israel sancionem o pedido de visto.



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