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EUA já gastaram US$ 600 mi no golfo
CARLOS EDUARDO LINS DA SILVA
de Washington
A mobilização militar dos EUA
contra o Iraque este ano já custou
ao país US$ 600 milhões, e a conta
vai crescer bastante, disse o subsecretário da Defesa, John Hamre.
Não há previsão de quando os
EUA vão desativar o esquema
montado para um eventual ataque
militar ao Iraque, apesar do acordo assinado domingo entre o secretário-geral da Organização das
Nações Unidas (ONU), Kofi Annan, e o governo iraquiano.
O embaixador dos EUA junto à
ONU, Bill Richardson, diz que seu
país ainda precisa esclarecer alguns pontos do acordo antes de
dar sua aprovação final a ele.
Além disso, o presidente Bill
Clinton afirma que vai manter as
forças de seu país no golfo Pérsico
prontas para agir até estar convencido de que o Iraque vai cumprir a
sua parte do acordo, que é dar
acesso irrestrito às comissões de
inspetores de armas da ONU a todos os locais a que desejem ir.
O líder da oposição no Senado,
Trent Lott, atacou o acordo e a política do governo Clinton para o
Iraque. Para ele, que o acordo tenta "comprar a paz a qualquer preço" e deixou o presidente iraquiano Saddam Hussein "em júbilo".
Discussão de papéis
O principal ponto do acordo
ainda em discussão na ONU é se o
comando político das atividades
das missões inspetoras de armas
no Iraque vai permanecer sob a
responsabilidade dos técnicos que
a compõem. Os EUA querem enfatizar que os diplomatas que passarão a acompanhá-las para dar
maior garantia de imparcialidade
ao Iraque serão só observadores.
O secretário-geral da ONU, Kofi
Annan, está escolhendo os diplomatas que vão integrar as missões
inspetoras. O acordo de cessar-fogo da Guerra do Golfo em 1991 determinou que o Iraque teria de
desmontar todas as suas armas
químicas, biológicas e nucleares.
O governo iraquiano afirma já
ter cumprido essa exigência. Mas a
ONU precisa se certificar. Daí, as
missões inspetoras. O Iraque vem
reclamando que há norte-americanos e britânicos demais nas missões e que, por influência deles, o
país permanece submetido a sanções econômicas que só podem ser
suspensas quando a ONU afirmar
que as armas foram destruídas.
Os EUA também querem que o
Conselho de Segurança aprove,
junto com o acordo de domingo,
resolução para especificar que, se
o Iraque não fizer a sua parte, uma
ação militar será autorizada.
Os EUA querem, ainda, que a
ONU "teste" o acordo rapidamente. Mas não especificaram em que
pode consistir esse "teste".
A secretária de Estado, Madeleine Albright, defendeu o acordo
dos ataques da oposição, apesar de
admitir que ainda é preciso detalhar alguns de seus pontos.
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