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GUERRA SEM LIMITES
UE anuncia medidas de combate ao terror, que visam proteger o continente de ataques como os de Madri
Europa cria coordenador antiterrorismo
DA REDAÇÃO
Os líderes políticos da União
Européia apontaram ontem seu
primeiro coordenador antiterrorismo e concordaram em intensificar a cooperação entre seus serviços de inteligência, num momento em que os europeus demandam uma melhor rede de
proteção contra o terrorismo.
Em resposta aos atentados de
Madri, que mataram 190 pessoas
e ocorreram em 11 de março último, os líderes europeus também
criaram uma cláusula de solidariedade entre os países-membros
da UE, que chegarão a 25 em 1º de
maio, quando ocorrerá a expansão para o leste do continente. Segundo essa cláusula, se um país da
UE for alvo de um atentado terrorista, todos os membros do bloco
se sentirão atacados.
"Não haverá fraqueza nem nenhum tipo de concessão em nosso esforço para lidar com terroristas. Nenhum país do planeta pode
considerar-se livre do terrorismo.
Este só poderá ser derrotado pela
solidariedade e por ações em conjunto", disseram os líderes europeus num comunicado oficial.
Eles aprovaram a indicação do
holandês Gijs de Vries, 48, para o
posto de coordenador antiterrorismo europeu, cuja principal
função será evitar que a burocracia existente em cada país atrapalhe a cooperação entre as diversas
agências nacionais -considerada a pedra angular do combate ao
terrorismo pelos europeus.
Os atentados de Madri mostraram, segundo constatação dos líderes europeus, que a UE ainda
precisa melhorar suas estruturas
de combate ao terrorismo. Embora várias medidas tenham sido tomadas após o 11 de Setembro, como a criação do mandado de prisão europeu, algumas delas ainda
não estão em vigor em todos os
países do bloco.
"Precisamos garantir que, na
UE, tudo o que possa ser feito será
posto em prática para proteger
nossos cidadãos. Nosso objetivo é
fazer com que a guerra ao terrorismo seja mais eficaz", declarou
Bertie Ahern, premiê irlandês.
Os líderes se comprometeram a
implementar, até junho, medidas
de combate ao terrorismo aprovadas anteriormente, como as
equipes de investigação conjunta.
Javier Solana, chefe da diplomacia da UE, recebeu a tarefa de
apresentar, até junho, propostas
para tornar mais eficaz o intercâmbio de informações entre os
serviços secretos europeus e para
intensificar a cooperação entre os
serviços policiais e de segurança
nacionais. Tudo isso, segundo os
líderes europeus, é vital para combater atividades terroristas.
Os chefes de Estado e de governo europeus também exortaram
os países-membros da UE a reforçar a segurança em portos, em aeroportos e em estações rodoviárias e ferroviárias.
Eles também pretendem criar
legislações comuns para poder
monitorar o que é dito ao telefone
e o que é discutido via internet, visando dificultar a troca de informações entre células terroristas.
Outra medida tomada diz respeito à criação do passaporte
"biométrico" europeu. Os líderes
decidiram apressar o processo de
criação do documento, que terá
um chip contendo dados como
foto e impressões digitais. Também foi decidida a criação de um
banco de dados com informações
sobre todos os estrangeiros que
precisam de visto para entrar no
bloco europeu.
Finalmente, os líderes europeus
salientaram a importância do intercâmbio de informações com
outros países que participam da
guerra ao terror, como os EUA.
Com agências internacionais
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