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São Paulo, sábado, 26 de abril de 2003

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Resultado do 1º turno pode parar na Justiça

DO ENVIADO A BUENOS AIRES

A eleição de amanhã na Argentina pode ser mais um problema do que uma solução, do ponto de vista institucional, se se confirmar a expectativa de analistas de que ela resvalará para o que eles estão chamando de "judicialização".
Traduzindo: recursos à Justiça para impugnar o resultado. A menos que os juízes resolvam rapidamente os eventuais recursos, o que não é comum, há o risco de que o segundo turno fique prejudicado, na medida em que está marcado para apenas três semanas após o primeiro (18 de maio).
A lógica dá força à tese da "judicialização": são cinco os candidatos com chances, segundo as pesquisas, embora dois deles estejam algo abaixo dos três líderes.
Qualquer um que fique fora do turno final, mas perto do segundo colocado, sentirá a forte tentação de gritar "fraude" e ir à Justiça.
A tentação será ainda mais forte se os dois finalistas forem os peronistas Carlos Menem e Néstor Kirchner. O primeiro é o candidato preferido dos setores financeiros e tem, ele próprio, recursos abundantes, além de fiéis em nichos do aparelho de Estado.
Kirchner é o candidato do governo. E é lógico que os suspeitos principais de praticar fraudes sejam sempre funcionários do Estado. É por isso que ganhou destaque, neste ano, a presença de observadores internacionais para as eleições, um fenômeno que, antes, era tido como natural em países como Paraguai, Bolívia ou na América Central. Não na rica e politizada Argentina. (CR)


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