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Resultado do
1º turno pode
parar na Justiça
DO ENVIADO A BUENOS AIRES
A eleição de amanhã na Argentina pode ser mais um problema
do que uma solução, do ponto de
vista institucional, se se confirmar
a expectativa de analistas de que
ela resvalará para o que eles estão
chamando de "judicialização".
Traduzindo: recursos à Justiça
para impugnar o resultado. A menos que os juízes resolvam rapidamente os eventuais recursos, o
que não é comum, há o risco de
que o segundo turno fique prejudicado, na medida em que está
marcado para apenas três semanas após o primeiro (18 de maio).
A lógica dá força à tese da "judicialização": são cinco os candidatos com chances, segundo as pesquisas, embora dois deles estejam
algo abaixo dos três líderes.
Qualquer um que fique fora do
turno final, mas perto do segundo
colocado, sentirá a forte tentação
de gritar "fraude" e ir à Justiça.
A tentação será ainda mais forte
se os dois finalistas forem os peronistas Carlos Menem e Néstor
Kirchner. O primeiro é o candidato preferido dos setores financeiros e tem, ele próprio, recursos
abundantes, além de fiéis em nichos do aparelho de Estado.
Kirchner é o candidato do governo. E é lógico que os suspeitos
principais de praticar fraudes sejam sempre funcionários do Estado. É por isso que ganhou destaque, neste ano, a presença de observadores internacionais para as eleições, um fenômeno que, antes, era tido como natural em países como Paraguai, Bolívia ou na América Central. Não na rica e
politizada Argentina. (CR)
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