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País deve apresentar na semana que vem proposta ao Conselho de Segurança pedindo o fim das sanções
Proposta dos EUA vê papel menor à ONU
ROBERTO DIAS
DE NOVA YORK
Os EUA devem apresentar na
próxima semana uma proposta
de resolução ao Conselho de Segurança (CS) pondo fim às sanções ao Iraque e estabelecendo
um coordenador da ONU para o
país. O representante da entidade,
porém, não teria poderes significativos na reconstrução, segundo
funcionários do governo.
Um dos problemas, porém, é
que o secretário-geral da ONU,
Kofi Annan, que seria o responsável por indicar o representante da
entidade, tem se mostrado relutante em aceitar participar da reconstrução sem que as tarefas das
Nações Unidas fiquem claras.
O plano americano abriria caminho no CS para a formação de
uma autoridade interina no Iraque. Mas o texto deixaria claro
que seu controle seria de responsabilidade dos EUA, que teriam
então autorização formal para comandar o país até que um novo
governo seja constituído.
Para diplomatas da ONU, a proposta americana pode servir como um início do debate no CS.
Pelo plano que os EUA deverão
apresentar, a ONU perderia o
controle do programa Petróleo
por Comida, principal demanda
da Casa Branca no pós-guerra.
Segundo diplomatas da ONU, a
idéia do governo americano prevê
a criação de um fundo de desenvolvimento para receber o dinheiro das exportações do petróleo
iraquiano, sob o controle do Banco Mundial e do FMI (Fundo Monetário Internacional).
Do ponto de vista dos EUA, passar o controle do petróleo das
mãos da ONU para as do Banco
Mundial e do FMI acarreta uma
mudança fundamental.
Na ONU há quatro outros países com poderes semelhantes aos
dos EUA no CS (assento permanente e poder de veto) -Reino
Unido, França, Rússia e China.
Já no FMI e nos órgãos do Banco Mundial, a influência americana é bem maior, já que o poder
decisório decorre da quota de
participação no capital das duas
instituições -e os EUA têm a
maior fatia em ambos os casos.
O plano dos EUA encontra resistência em membros do Conselho de Segurança que têm direito
a veto, como a Rússia. Diplomatas
do país, aliás, mostraram a colegas uma proposta informal de resolução, dando a Annan o direito
de estabelecer novos contratos
para exportação do petróleo iraquiano -algo que se choca frontalmente com o projeto idealizado por Washington.
Ao contrário dos EUA, que querem o fim das sanções, França e
Rússia defendem sua suspensão.
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