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São Paulo, sábado, 26 de abril de 2003

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CUBA

Afirmação foi feita em rede nacional de rádio e TV; americanos não comentam

Fidel acusa CIA de tentar matá-lo

DA REDAÇÃO

O ditador cubano, Fidel Castro, afirmou que a CIA (serviço de inteligência dos EUA) tentou matá-lo. A declaração foi dada em uma mesa-redonda transmitida em rede nacional de rádio e TV em Cuba. Em anúncios de jornal, Fidel já afirmava que daria "novas informações" sobre os EUA.
Até o fechamento desta edição, não havia detalhes da declaração do ditador cubano.
Autoridades americanas não haviam comentado a acusação feita por Fidel. Nos anos 60, os EUA teriam tentado matar o ditador cubano -naquela época, a CIA levou adiante uma política de assassinatos por meio da qual buscou eliminar, direta ou indiretamente, inimigos também no Vietnã e em outros países no Oriente Médio e na África.
A afirmação de Fidel, no poder desde 1959, acontece em meio ao recrudescimento nas tensões entre o seu regime e Washington. Cerca de 70 opositores à ditadura em Cuba foram detidos no último mês. Muitos foram acusados de "trair a pátria e conspirar com os EUA contra o regime".
As prisões foram realizadas durante a ofensiva dos EUA contra Saddam Hussein no Iraque, o que acabou evitando as atenções da opinião pública internacional.
Cuba tinha saído do foco de tensão dos EUA desde o episódio envolvendo Elián González, o garoto que sobreviveu a um naufrágio quando fugia de Cuba com a mãe (morta na tentativa), em 1999, e acabou sendo devolvido ao país pelos EUA, no ano seguinte.
Além das prisões, a execução sumária de três homens que sequestraram uma embarcação para fugir para a Flórida elevou o tom das críticas contra Cuba. Até mesmo o escritor português e Nobel de Literatura José Saramago, tradicional simpatizante do regime cubano, se disse envergonhado com a ação de Fidel.
A Comissão de Direitos Humanos da ONU aprovou uma resolução que exige que a ilha comunista aceite a visita de uma inspetora para verificar a situação dos direitos humanos no país. O Brasil se absteve de votar a resolução.
A comissão rejeitou, no entanto, outra proposta de resolução que expressava "profunda preocupação sobre as recentes detenções, perseguições sumárias e sentenças duras a diversos membros da oposição política" e pedia a libertação dos dissidentes.
Em grave crise econômica, Cuba diz que o embargo imposto pelos EUA é o causador da situação em que vive o país.


Com agências internacionais


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