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CUBA
Afirmação foi feita em rede nacional de rádio e TV; americanos não comentam
Fidel acusa CIA de tentar matá-lo
DA REDAÇÃO
O ditador cubano, Fidel Castro,
afirmou que a CIA (serviço de inteligência dos EUA) tentou matá-lo. A declaração foi dada em uma mesa-redonda transmitida em rede nacional de rádio e TV em Cuba. Em anúncios de jornal, Fidel já afirmava que daria "novas informações" sobre os EUA.
Até o fechamento desta edição,
não havia detalhes da declaração
do ditador cubano.
Autoridades americanas não
haviam comentado a acusação
feita por Fidel. Nos anos 60, os
EUA teriam tentado matar o ditador cubano -naquela época, a
CIA levou adiante uma política de
assassinatos por meio da qual
buscou eliminar, direta ou indiretamente, inimigos também no
Vietnã e em outros países no
Oriente Médio e na África.
A afirmação de Fidel, no poder
desde 1959, acontece em meio ao
recrudescimento nas tensões entre o seu regime e Washington.
Cerca de 70 opositores à ditadura
em Cuba foram detidos no último
mês. Muitos foram acusados de
"trair a pátria e conspirar com os
EUA contra o regime".
As prisões foram realizadas durante a ofensiva dos EUA contra
Saddam Hussein no Iraque, o que
acabou evitando as atenções da
opinião pública internacional.
Cuba tinha saído do foco de tensão dos EUA desde o episódio envolvendo Elián González, o garoto que sobreviveu a um naufrágio
quando fugia de Cuba com a mãe
(morta na tentativa), em 1999, e
acabou sendo devolvido ao país
pelos EUA, no ano seguinte.
Além das prisões, a execução
sumária de três homens que sequestraram uma embarcação para fugir para a Flórida elevou o tom das críticas contra Cuba. Até
mesmo o escritor português e Nobel de Literatura José Saramago,
tradicional simpatizante do regime cubano, se disse envergonhado com a ação de Fidel.
A Comissão de Direitos Humanos da ONU aprovou uma resolução que exige que a ilha comunista aceite a visita de uma inspetora
para verificar a situação dos direitos humanos no país. O Brasil se
absteve de votar a resolução.
A comissão rejeitou, no entanto,
outra proposta de resolução que
expressava "profunda preocupação sobre as recentes detenções,
perseguições sumárias e sentenças duras a diversos membros da
oposição política" e pedia a libertação dos dissidentes.
Em grave crise econômica, Cuba diz que o embargo imposto pelos EUA é o causador da situação
em que vive o país.
Com agências internacionais
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