São Paulo, segunda-feira, 26 de abril de 2004

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MULTIMÍDIA

The New York Times - de Nova York

Teorias de Rumsfeld estão erradas

EUA Em editorial publicado ontem, o jornal "The New York Times" exortou o reforço das tropas norte-americanas no Iraque e criticou a estratégia militar adotada pelo secretário de Defesa, Donald Rumsfeld.
De acordo com o jornal, o número de baixas -desde o início da ocupação, aproximadamente 700 soldados morreram, dos quais mais de cem apenas neste mês- demonstram que os planos de Rumsfeld não tem sido eficazes e que "a Casa Branca não pode continuar a negar às nossas forças e ao povo do Iraque a proteção que tropas adequadamente fortes poderiam oferecer".
"Bush aderiu à equivocada idéia de Rumsfeld de que uma força mínima poderia não apenas capturar Bagdá como também controlar, estabilizar e reconstruir um país inteiro", diz o editorial.
O "New York Times" também critica a recente decisão do governo de ampliar de 115 mil para 135 mil o número de soldados no Iraque. Segundo o editorial, esse aumento é insuficiente tanto quantitativa quanto qualitativamente, já que é efetivado pelo prolongamento da permanência de soldados que já estão no Iraque e "exaustos".
Além disso, essa ampliação do contingente militar durará apenas 90 dias -prazo considerado insuficiente pelo jornal. Sem citar nomes, o diário afirma que especialistas sugerem um aumento, a curto prazo, de ao menos mais 50 mil.
De acordo com o editorial, a principal falha de Rumsfeld é não considerar os aspectos políticos que envolvem a ocupação e reconstrução do Iraque. O acirramento dos ataques dos insurgentes, ocorrido neste mês, era "facilmente previsível", afirma o "New York Times".
Por isso, defende o jornal, "o governo precisa criar uma estratégia militar de longo prazo e aceitar a carga de providenciar as tropas necessárias para cumpri-la".
Grande parte dos problemas hoje enfrentados pelas forças de ocupação no Iraque, segundo o jornal, poderiam ter sido evitados caso Rumsfeld "não estivesse tão determinado" a rechaçar as idéias defendidas pelo secretário de Estado, Colin Powell. Para Powell, se o uso da força é inevitável, então essa força deve ser devastadora.
"A Casa Branca não fala muito sobre isso, mas o Pentágono planeja permanecer no Iraque pelo menos até o final de 2006. Até esse cronograma é extremamente otimista. Ele assume que tudo acontecerá exatamente de acordo com um plano que ninguém além do círculo de Bush parece compreender e que certamente não está funcionando tão bem", afirma o jornal.


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