São Paulo, segunda-feira, 26 de abril de 2004

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EUROPA

Presidente de origem grega diz que ajudará lado turco

Nações Unidas lamentam perda de chance "única e histórica" em Chipre

DA REDAÇÃO

O secretário-geral da ONU, Kofi Annan, lamentou ontem o resultado negativo do plebiscito ocorrido anteontem em Chipre, que rejeitou a reunificação da ilha, defendida pela organização.
Já o presidente Tassos Papadopoulos, que representa a maioria cipriota grega, afirmou que irá trabalhar para aliviar o isolamento dos cipriotas turcos e assegurar que eles se beneficiem da entrada do país na União Européia, que irá ocorrer em 1º de maio.
Para Annan, perdeu-se "uma oportunidade única e histórica", pois o Chipre entrará "dividido e militarizado" na UE.
Já Papadopoulos afirmou que "os cipriotas gregos não voltarão as costas para os compatriotas cipriotas turcos. Em vez disso, trabalharemos para uma solução que concilie as esperanças e aspirações de ambos os lados", disse.
Ele também disse que irá buscar o fim do isolamento econômico dos cipriotas turcos, que habitam o norte do país.
No sábado, em plebiscitos separados, 76% dos cipriotas gregos votaram contra a reunificação, enquanto 65% dos cipriotas turcos votaram a favor. Para que fosse efetivada, a reunificação da ilha deveria ter sido aprovada em ambas as votações.
A reunificação representaria para os cipriotas turcos o fim do isolamento econômico do norte. Legalmente, eles só podem manter relações comerciais com a Turquia, o único governo a reconhecer a autonomia política da região. O aeroporto cipriota turco só recebe vôos regulares da Turquia.
Hoje com 760 mil habitantes, Chipre foi palco de grande violência durante a década de 60. A ilha ficou dividida após uma invasão turca em resposta a um golpe realizado pelos gregos, em 1974. No ano seguinte, os cipriotas turcos criaram uma administração independente no norte da ilha.
Os cipriotas gregos, no sul da ilha, acreditam que o plano para a divisão do poder proposto pela ONU não lhes concede território e garantias suficientes sobre a retirada dos cerca de 30 mil soldados turcos estacionados no norte da ilha desde a invasão.
Como a reunificação não foi aprovada, somente a parte grega da ilha (que é reconhecida internacionalmente) entrará na UE em 1º de maio.


Com agências internacionais


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