São Paulo, segunda-feira, 26 de abril de 2004

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ELEIÇÃO

Fischer apóia neutralidade e Estado do Bem-Estar Social

Social-democrata moderado ganha a eleição presidencial na Áustria

DA REDAÇÃO

O social-democrata Heinz Fischer elegeu-se ontem para a Presidência da Áustria, derrotando a atual ministra das Relações Exteriores, Benita Ferrero-Waldner, que era apoiada por Jörg Haider (de extrema direita).
A votação foi encerrada às 17h (horário local) e o resultado foi divulgado à noite. Fischer obteve mais de 53% dos votos, e Ferrero-Waldner, pouco menos de 48%.
O moderado Fischer, 65, é um parlamentar que fez carreira no Partido Social Democrático. Apelidado pela mídia de "camundongo cinza", Fischer manteve ao longo da campanha uma estreita vantagem sobre sua adversária ao insistir na defesa do Estado do Bem-Estar Social e na histórica neutralidade política do país.
"Quero contribuir para políticas de harmonização social e responsabilidade em direção a nossa neutralidade", declarou Fischer pouco antes de votar.
Ferrero-Waldner, 55, foi indicada pelo conservadores do partido do atual chanceler (premiê), Wolfgang Schüssel, e tinha também o apoio de Haider, cujo Partido da Liberdade apóia a coalizão governamental.
Ferrero-Waldner foi menos enfática na defesa da neutralidade do país, adotada desde o fim da Segunda Guerra, além de ter sido identificada por muitos eleitores com a reforma das pensões e cortes de gastos sociais do governo de centro-direita.
Fischer irá assumir a Presidência da Áustria no dia 8 de julho, no lugar de Thomas Klestil, que, assim como Ferrero-Waldner, havia sido indicado pelo conservador Partido do Povo.
As principais atribuições do presidente do país são de caráter representativo, mas sua opinião tem peso em importantes questões, além de poder influenciar a formação do governo.
Teoricamente, o presidente da Áustria detém um amplo espectro de poderes, a ponto de poder destituir o chanceler, que cuida do dia-a-dia do governo, ou desfazer um gabinete de que não goste.
Mas, até hoje, nenhum presidente austríaco chegou a desfazer um governo. Tradicionalmente e também na prática, o chanceler da Áustria é nomeado pelo partido que obtém a maior representação do Legislativo nas eleições parlamentares.


Com agências internacionais


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