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PERFIL
Palacio é médico e diz que seu país estava em coma
DA REDAÇÃO
Alfredo Palacio, 66, o vice-presidente que assumiu o lugar de Lucio Gutiérrez, é um
cirurgião que habitualmente
usa metáforas médicas para
dar suas opiniões políticas
-para ele, Gutiérrez, por
exemplo, era uma "doença
que afligia a nação".
Palacio tornou-se o 11º
presidente do Equador desde que o país voltou à normalidade democrática, em
1979. Ele entrou para a vida
pública como ministro da
Saúde entre 1992 e 1996, no
governo do presidente conservador Sixto Duran Ballen.
Evitou fazer política declarada até que Gutiérrez o convidou para ser seu companheiro de chapa nas presidenciais de 2002. Mas foi um
candidato atípico. Durante a
campanha, dizia aos jornalistas que era independente e
que desaprovava o partido
de Gutiérrez.
Em janeiro de 2003 o então
vice-presidente já se pronunciava como um homem
da oposição, sobretudo com
relação à política econômica
do chefe de Estado. Criticou
suas concessões aos credores internacionais, sobretudo a supressão dos subsídios
aos alimentos, recomendada
pelo FMI. O vice reivindicava, ao contrário, o resgate da
dívida social com os mais
pobres e a implementação
de um sistema universalizado e gratuito de saúde.
A relação estremeceu
quando, em dezembro último, Gutiérrez, por maioria
simples do Parlamento unicameral, afastou os juízes da
Corte Suprema.
Em seguidas entrevistas, o
vice-presidente lançou apelos para que os equatorianos
protestassem e declarou que
o país estava se aproximando de uma ditadura. Qualificava os partidários de Gutiérrez de "traidores" e
"conspiradores".
Utilizando mais uma vez
uma metáfora clínica, disse
que "o Equador está numa
UTI e precisa passar por
uma cirurgia". Foi quando
Gutiérrez implantou o estado de emergência, depois de,
por decreto, destituir de seus
cargos os novos integrantes
da Corte Suprema.
Na última quarta-feira, horas antes que o Parlamento
votasse a destituição de Gutiérrez e empossasse o vice-presidente em seu lugar, este
disse aos jornalistas que, se
antes o país estava na UTI,
ele agora se encontrava em
estado de coma.
Ele é casado com María
Paret Lértora e pai de um filho e três filhas.
Com agências internacionais
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