São Paulo, sábado, 26 de abril de 2008

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Nomeado é curinga de Kirchner

DE BUENOS AIRES

O novo ministro da Economia, Carlos Rafael Fernández, é uma espécie de tábua de salvação do governo Kirchner. Esta é a terceira vez que convocam o economista em momentos de crise. Há pouco mais de um mês, foi chamado para assumir a direção da Afip (Administração Federal de Ingressos Públicos da Argentina, a Receita local) depois de uma briga interna entre o ex-titular do órgão e o responsável pela Alfândega.
Já em 2007, Néstor Kirchner o enviou para ser secretário de Economia do então governador de Buenos Aires, Felipe Solá, que tinha problemas com as finanças da Província.
Formado em economia pela Universidade Nacional de La Plata, Fernández, especialista em finanças públicas, é definido como economista pragmático de perfil técnico. Discreto, era pouco conhecido até então, como os antecessores Martín Lousteau e Miguel Peirano.
Integrou o gabinete presidencial ainda no governo de Carlos Menem (1989-1999), quando foi diretor da Coordenação Fiscal das Províncias. No governo Kirchner (2003-2007), foi subsecretário de Relações com as Províncias e vice-secretário da Fazenda. Homem de confiança do chefe-de-gabinete, Alberto Fernández, conquistou Kirchner ao assumir temporariamente a Secretaria da Fazenda e informar diariamente os dados de gastos e arrecadação.
A partir de hoje, o novo ministro tem dois problemas principais para resolver: o conflito com o campo e a inflação.
O conflito entre campo e governo passa por um período de trégua, mas as negociações estão travadas. Esperançosos pela intervenção do novo ministro, os dirigentes agropecuários participaram do ato de posse de Fernández.
Mas é a inflação o verdadeiro problema do novo ministro. Segundo o governo, a inflação é de cerca de 8% ao ano, mas especialistas afirmam que o índice seria até o triplo. Para o economista Ramiro Castiñeira, da consultoria Econométrica, a mudança não terá nenhum efeito, já que o secretário de Comércio Interior continua no governo. "É Guillermo Moreno o responsável pela manipulação dos índices de inflação. Se ele segue no poder, o problema da inflação não será resolvido."
Carlos será o quarto Fernández do governo, junto com a presidente Cristina, o chefe-de-gabinete, Alberto, e o ministro da Justiça, Aníbal. (AK)


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