São Paulo, domingo, 26 de abril de 2009

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Após ataques, Hillary visita Iraque

Secretária de Estado nega que últimos atentados, com mais de 150 mortos, marquem volta da violência sectária

Chefe da diplomacia de Obama busca assegurar que EUA mantém compromissos com país árabe apesar do plano de retirada das tropas


DA REDAÇÃO

Um dia depois de uma onda de atentados que deixou pelo menos 159 mortos na capital do Iraque, Bagdá, na quinta e sexta passadas, a secretária de Estado dos EUA, Hillary Clinton, chegou ontem ao país em uma visita surpresa.
Hillary rejeitou que os últimos ataques sejam sinal de um retorno da violência sectária que tomou conta do país há dois anos e assegurou a continuidade do apoio dos EUA, mesmo após o início da retirada das tropas americanas.
"Continuaremos trabalhando muito, muito duro para dar as ferramentas que lhes permitam ter um país mais seguro", disse ela na Embaixada dos EUA em Bagdá.
Hillary, que se encontrou com o presidente Jalal Talabani e com o premiê Nuri al Maliki, reiterou o compromisso de não-interferência no país. "Queremos garantir de novo ao povo iraquiano nosso compromisso em favor da estabilidade, da segurança e da autossuficiência do país".
"Sempre haverá conflitos políticos no Iraque. Mas eu realmente acredito que o Iraque, como um todo, está no caminho correto", acrescentou.

Ataques
Na sexta, um ataque duplo ocorrido com diferença de minutos em uma mesquita xiita de Bagdá, realizado por duas mulheres-bomba, matou 71 pessoas e feriu outras 125. Foi o ataque isolado mais letal ocorrido no país neste ano. Grande parte das vítimas era de peregrinos iranianos.
Já na quinta-feira, 57 pessoas haviam morrido em um atentado suicida em um restaurante em área xiita da capital. No mesmo dia, outro ataque matou 31 pessoas que recolhiam ajuda humanitária.
Forças de segurança adicionais também foram deslocadas para as cidades sagradas de Najaf e Karbala (sul), onde ficam duas outras importantes mesquitas xiitas.
A chegada de Hillary ao Iraque acontece duas semanas após a visita surpresa que Barack Obama fez ao país -a primeira como presidente.
Em março, Obama anunciou que retiraria do Iraque ao menos 90 mil soldados, dos 142 mil, até 31 de agosto de 2010. Duas brigadas de combate, totalizando 12 mil homens, deixariam o país até setembro.
O objetivo é aumentar a presença americana no Afeganistão. Para analistas, essa mudança já deixa no país árabe um vácuo que vem se refletindo no aumento de focos de insurgência em nível preocupante.
A retirada total das tropas dos EUA no Iraque está prevista para o final de 2011.


Com agências internacionais


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