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Após ataques, Hillary visita Iraque
Secretária de Estado nega que últimos atentados, com mais de 150 mortos, marquem volta da violência sectária
Chefe da diplomacia de Obama busca assegurar que EUA mantém compromissos com país árabe apesar do plano de retirada das tropas
DA REDAÇÃO
Um dia depois de uma onda
de atentados que deixou pelo
menos 159 mortos na capital do
Iraque, Bagdá, na quinta e sexta
passadas, a secretária de Estado dos EUA, Hillary Clinton,
chegou ontem ao país em uma
visita surpresa.
Hillary rejeitou que os últimos ataques sejam sinal de um
retorno da violência sectária
que tomou conta do país há
dois anos e assegurou a continuidade do apoio dos EUA,
mesmo após o início da retirada
das tropas americanas.
"Continuaremos trabalhando muito, muito duro para dar
as ferramentas que lhes permitam ter um país mais seguro",
disse ela na Embaixada dos
EUA em Bagdá.
Hillary, que se encontrou
com o presidente Jalal Talabani e com o premiê Nuri al Maliki, reiterou o compromisso de
não-interferência no país.
"Queremos garantir de novo ao
povo iraquiano nosso compromisso em favor da estabilidade,
da segurança e da autossuficiência do país".
"Sempre haverá conflitos políticos no Iraque. Mas eu realmente acredito que o Iraque,
como um todo, está no caminho correto", acrescentou.
Ataques
Na sexta, um ataque duplo
ocorrido com diferença de minutos em uma mesquita xiita
de Bagdá, realizado por duas
mulheres-bomba, matou 71
pessoas e feriu outras 125. Foi o
ataque isolado mais letal ocorrido no país neste ano. Grande
parte das vítimas era de peregrinos iranianos.
Já na quinta-feira, 57 pessoas
haviam morrido em um atentado suicida em um restaurante
em área xiita da capital. No
mesmo dia, outro ataque matou 31 pessoas que recolhiam
ajuda humanitária.
Forças de segurança adicionais também foram deslocadas
para as cidades sagradas de Najaf e Karbala (sul), onde ficam
duas outras importantes mesquitas xiitas.
A chegada de Hillary ao Iraque acontece duas semanas
após a visita surpresa que Barack Obama fez ao país -a primeira como presidente.
Em março, Obama anunciou
que retiraria do Iraque ao menos 90 mil soldados, dos 142
mil, até 31 de agosto de 2010.
Duas brigadas de combate, totalizando 12 mil homens, deixariam o país até setembro.
O objetivo é aumentar a presença americana no Afeganistão. Para analistas, essa mudança já deixa no país árabe um
vácuo que vem se refletindo no
aumento de focos de insurgência em nível preocupante.
A retirada total das tropas
dos EUA no Iraque está prevista para o final de 2011.
Com agências internacionais
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