São Paulo, domingo, 26 de maio de 2002

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Para cientistas, guerra nuclear mataria milhões

DA REUTERS

Uma guerra nuclear entre a Índia e o Paquistão por causa do agravamento da tensão na Caxemira provocaria a morte de ao menos 3 milhões de pessoas, de acordo com depoimentos de cientistas revelados anteontem pela revista científica "New Scientist".
A maior parte das vítimas morreria em decorrência da explosão das armas nucleares, do fogo e da radiação por ela gerados. Outras pessoas morreriam por conta dos "efeitos colaterais" das bombas atômicas, como a penúria de água potável e as doenças provocadas pela maciça emissão de radiação.
"Mesmo que planejem ações limitadas, os dois países não podem entrar em guerra. O mais restrito dos conflitos poderá sofrer uma escalada perigosa, até mesmo com o uso de armas nucleares", afirmou M. V. Ramana, da Universidade de Princeton (EUA).
Segundo uma estimativa feita por ele e por outros cientistas que trabalham em universidades americanas, se somente 10% das ogivas nucleares dos dois Estados explodissem nas dez cidades mais populosas da região, 2,6 milhões de pessoas morreriam na Índia e 1,8 milhão no Paquistão.
Os cálculos dos cientistas se baseiam no que ocorreu após a explosão de uma bomba atômica em Hiroshima, no Japão, em 1945. Assim, o fator determinante da eventual tragédia seria a alta densidade demográfica da região. Se as bombas nucleares explodirem ao tocar o solo, a poeira radioativa gerada poderá matar pessoas que estiverem a centenas de quilômetros, ainda de acordo com os cientistas.
Os esforços diplomáticos para evitar uma nova guerra indo-paquistanesa começaram com a recente chegada do enviado da União Européia Chris Patten à região.
Ele encontrou-se com autoridades paquistanesas e indianas e tentou convencê-las de que uma guerra prejudicaria os interesses de todos os países do sul da Ásia. O número dois do Departamento de Estado dos EUA, Richard Armitage, chega à região em 4 de junho.


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