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CARIBE
Chuva causa transbordamento de rios no Haiti e República Dominicana
Cheias fazem centenas de vítimas
DA REDAÇÃO
Um dia depois das cheias provocadas por fortes chuvas que caíram na ilha Hispaniola, que abriga Haiti e República Dominicana,
continua a subir o número de
mortos nos dois países: as estimativas divulgadas ontem vão de 270
a mais de 500.
Na cidade dominicana de Jimani, na fronteira com o Haiti, os
mortos estariam entre cem e 180.
As mortes foram provocadas pelo
transbordamento do rio Soleil,
que atingiu barracos do bairro
Malpaso. Segundo um auxiliar
das forças de resgate, alguns corpos foram encontrados a cerca de
dez quilômetros de suas residências.
As autoridades fizeram uma cova coletiva para 60 mortos que
não foram retirados por familiares. Segundo um porta-voz do
presidente dominicano, cerca de
50 dos mortos no país são haitianos. Acredita-se que a maioria
desses tinha ido ilegalmente à República Dominicana em busca de
trabalho. Há pelo menos 250 pessoas desaparecidas.
De acordo com o serviço meteorológico dominicano, 250 mm de
chuva caíram na região de Jimani
anteontem, provocando um rápido transbordamento dos rios. Cada milímetro equivale a um litro
de água em um metro quadrado
-para se ter uma idéia, a média
de chuva nos meses de fevereiro
na região da Serra da Cantareira é
de 109 mm. "Foi tudo muito rápido, não pude fazer nada. Fui salvo
porque a correnteza me jogou para longe do leito do rio", disse Ramon Perez Feliz, morador de Jimani que perdeu uma irmã e dois
sobrinhos.
No Haiti, as estimativas vão de
cerca de 170 a mais de 320 mortos.
A maior parte das mortes aconteceu na região de Fond Vérettes,
vila próxima a Jimani.
"A maior parte da vila desapareceu completamente", disse o coronel Dave Lapan, porta-voz das
forças internacionais de paz que
estão no país para ajudar a manter a ordem desde a queda do ex-presidente Jean-Bertrand Aristide, no final de fevereiro.
As forças canadenses e americanas estão mandando helicópteros
para as regiões atingidas com ajuda para os sobreviventes. No sábado, chegam ao país os primeiros soldados do Brasil, que também assumirá o comando da força de paz criada pela ONU.
Com agências internacionais
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