São Paulo, quarta-feira, 26 de maio de 2004

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CARIBE

Chuva causa transbordamento de rios no Haiti e República Dominicana

Cheias fazem centenas de vítimas

DA REDAÇÃO

Um dia depois das cheias provocadas por fortes chuvas que caíram na ilha Hispaniola, que abriga Haiti e República Dominicana, continua a subir o número de mortos nos dois países: as estimativas divulgadas ontem vão de 270 a mais de 500.
Na cidade dominicana de Jimani, na fronteira com o Haiti, os mortos estariam entre cem e 180. As mortes foram provocadas pelo transbordamento do rio Soleil, que atingiu barracos do bairro Malpaso. Segundo um auxiliar das forças de resgate, alguns corpos foram encontrados a cerca de dez quilômetros de suas residências.
As autoridades fizeram uma cova coletiva para 60 mortos que não foram retirados por familiares. Segundo um porta-voz do presidente dominicano, cerca de 50 dos mortos no país são haitianos. Acredita-se que a maioria desses tinha ido ilegalmente à República Dominicana em busca de trabalho. Há pelo menos 250 pessoas desaparecidas.
De acordo com o serviço meteorológico dominicano, 250 mm de chuva caíram na região de Jimani anteontem, provocando um rápido transbordamento dos rios. Cada milímetro equivale a um litro de água em um metro quadrado -para se ter uma idéia, a média de chuva nos meses de fevereiro na região da Serra da Cantareira é de 109 mm. "Foi tudo muito rápido, não pude fazer nada. Fui salvo porque a correnteza me jogou para longe do leito do rio", disse Ramon Perez Feliz, morador de Jimani que perdeu uma irmã e dois sobrinhos.
No Haiti, as estimativas vão de cerca de 170 a mais de 320 mortos. A maior parte das mortes aconteceu na região de Fond Vérettes, vila próxima a Jimani.
"A maior parte da vila desapareceu completamente", disse o coronel Dave Lapan, porta-voz das forças internacionais de paz que estão no país para ajudar a manter a ordem desde a queda do ex-presidente Jean-Bertrand Aristide, no final de fevereiro.
As forças canadenses e americanas estão mandando helicópteros para as regiões atingidas com ajuda para os sobreviventes. No sábado, chegam ao país os primeiros soldados do Brasil, que também assumirá o comando da força de paz criada pela ONU.


Com agências internacionais


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