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CÚPULA
Europa e AL farão crítica ao unilateralismo
FABIANO MAISONNAVE
DA REDAÇÃO
Em crítica velada aos Estados
Unidos, representantes diplomáticos dos 58 países que participarão da Cúpula União Européia/América Latina-Caribe devem finalizar até sexta-feira o texto da declaração final da reunião, reforçando a importância do multilateralismo nas relações internacionais. Não haverá, porém, menção
explícita a Washington ou à ocupação iraquiana.
A versão final deve ser apresentada e aprovada durante o encontro de dois dias, que começa na
sexta-feira em Guadalajara, no
México, com a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Segundo um diplomata brasileiro que participa das negociações e falou à Folha sob a condição de anonimato, a expectativa é
que o texto possa ser finalizado
ainda hoje. "São diferenças de
tom e enfoque." Ele disse que a
preocupação brasileira é com
uma "redação equilibrada".
A declaração só ficará pronta às
vésperas da cúpula porque, no
mês passado, diplomatas latino-americanos se irritaram com o
que consideraram paternalismo
dos países europeus ao tratar do
problema da pobreza, que, ao lado do multilateralismo, também
terá destaque no documento.
Estão confirmados encontros
bilaterais de Lula com o chanceler
(premiê) alemão, Gerhard Schröder, e o presidente francês, Jacques Chirac. Fontes diplomáticas
vêem grandes chances de um encontro entre Lula e novo premiê
espanhol, o socialista José Luis
Rodríguez Zapatero.
Entre os países mais importantes, a grande ausência é a do premiê britânico, Tony Blair, principal aliado dos EUA no Iraque.
Já o suspense fica por conta do
ditador cubano, Fidel Castro, que
vive uma grave crise diplomática
com o país anfitrião. Até ontem,
39 chefes de Estado ou de governo
haviam confirmado presença, segundo a Chancelaria mexicana.
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