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Farc perderam presença em Bogotá, mas ainda têm força na zona rural
DA ENVIADA ESPECIAL A BOGOTÁ
No combate à guerrilha das
Farc e ao narcotráfico - prioritário para o governo Uribe- o
balanço de quatro anos de
mandato é ambivalente. Segundo dados da ONU, a Colômbia continua sendo o maior
produtor mundial de cocaína,
responsável por 56% da produção, apesar dos esforços do Plano Colômbia -e dos US$ 3 bilhões destinados pelos EUA para o plano de 2000 a 2005.
Ainda que a produção da coca
tenha caído 36,8% entre 2001 e
2004, para 390 toneladas, a redução é inferior à meta de 50%
e maior que o nível de produção
anterior ao plano.
A questão da guerrilha é ainda mais complicada, como explica o analista militar Alfredo
Rangel, candidato ao Senado
nas eleições de março pelo partido Cambio Radical (uribista)
e assessor presidencial de Segurança Nacional no governo
Andrés Pastrana (1998-2002).
"As Farc perderam presença
ao redor de Bogotá. Elas vinham estabelecendo cinco
frentes nos últimos dez anos,
mas uma operação militar desarticulou algumas dessas frentes e forçou o deslocamento de
outras", afirmou. "Esse foi o
golpe mais importante que o
Estado deu nas Farc, pois bloqueou seu plano estratégico."
Segundo Rangel, o Estado
impediu que as Farc estabelecessem frentes guerrilheiras
dentro das cidades e desarticulou muitas redes de apoio logístico e de inteligência nos centros urbanos. "Mas, nas zonas
rurais, elas seguem presentes.
Não creio que tenham sido debilitadas em termos militares."
Segundo o analista, as Farc
ainda mantêm presença -mas
não controle- em cerca de
60% dos municípios. "É uma situação complexa porque, nessas áreas, apesar da presença
das forças de segurança, as Farc
continuam controlando a população e impondo as regras."
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