São Paulo, sexta-feira, 26 de maio de 2006

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Farc perderam presença em Bogotá, mas ainda têm força na zona rural

DA ENVIADA ESPECIAL A BOGOTÁ

No combate à guerrilha das Farc e ao narcotráfico - prioritário para o governo Uribe- o balanço de quatro anos de mandato é ambivalente. Segundo dados da ONU, a Colômbia continua sendo o maior produtor mundial de cocaína, responsável por 56% da produção, apesar dos esforços do Plano Colômbia -e dos US$ 3 bilhões destinados pelos EUA para o plano de 2000 a 2005.
Ainda que a produção da coca tenha caído 36,8% entre 2001 e 2004, para 390 toneladas, a redução é inferior à meta de 50% e maior que o nível de produção anterior ao plano.
A questão da guerrilha é ainda mais complicada, como explica o analista militar Alfredo Rangel, candidato ao Senado nas eleições de março pelo partido Cambio Radical (uribista) e assessor presidencial de Segurança Nacional no governo Andrés Pastrana (1998-2002).
"As Farc perderam presença ao redor de Bogotá. Elas vinham estabelecendo cinco frentes nos últimos dez anos, mas uma operação militar desarticulou algumas dessas frentes e forçou o deslocamento de outras", afirmou. "Esse foi o golpe mais importante que o Estado deu nas Farc, pois bloqueou seu plano estratégico."
Segundo Rangel, o Estado impediu que as Farc estabelecessem frentes guerrilheiras dentro das cidades e desarticulou muitas redes de apoio logístico e de inteligência nos centros urbanos. "Mas, nas zonas rurais, elas seguem presentes. Não creio que tenham sido debilitadas em termos militares."
Segundo o analista, as Farc ainda mantêm presença -mas não controle- em cerca de 60% dos municípios. "É uma situação complexa porque, nessas áreas, apesar da presença das forças de segurança, as Farc continuam controlando a população e impondo as regras."


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