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Atuação como divulgador de
ciência supera a de pesquisador
da Reportagem Local
Para parte dos ambientalistas,
uma dos mais importantes contribuições de Jacques-Yves Cousteau
foi o de divulgador da ciência.
Seus filmes, em um momento
em que ecologia não era uma atitude -ou ideologia- minimamente populares, levaram, por meio de
filmes para a TV, a "conscientização" à classe média.
Mas em sua terra natal, a França,
Cousteau não é apenas visto como
um cineasta, mas também como
um cientista.
A oscilação entre dois campos (o
do diretor e do pesquisador) fez
com que muitos vissem na figura
de Cousteau um artista visionário,
que acreditava em um futuro de
pessoas vivendo em cidades submarinas, as "casas do fundo do
mar", e bem distante do rigor científico.
Um homem que estaria, enfim,
mais próximo de Jules Verne -e
sua crença literária no amanhã-
do que de qualquer aplicado estudioso.
Durante a década de 50 o Estado
francês forneceu verbas para que
Cousteau e sua equipe tentassem
realizar a utopia de "uma terra
sem sol" para o novo homem. O
projeto não funcionou.
Essa "alucinação" continua nos
anos 60 e 70, com Cousteau tentando desenvolver maquinários e
formas alternativas de energia, se
aproveitando de um certo pânico
das nações da Europa durante a
chamada crise do petróleo. A idéia,
ainda, era que o homem vivesse
debaixo d'água.
Mais uma vez, não funcionou. E
milhões de dólares permaneceram
sem retorno.
Restaram então seus filmes e seu
contato com homens, peixes e lugares. O cineasta bem visto no lugar do cientista fracassado.
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