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Colaborador relata métodos
de Paris
Em nome da observação e da curiosidade, Jacques Cousteau se recusava a fazer planejamentos detalhados de suas expedições.
Quem conta é François Sarano,
pesquisador que viajou ao lado de
Cousteau no Calypso entre 82 e 94,
ano em que o capitão fez sua última expedição (a Madagascar,
África).
Sarano é co-autor do livro "L'Île
des Esprits - Madagascar" ("A
Ilha dos Espíritos - Madagascar"),
em que é relatada a expedição.
"Ele dizia que o fundamental é
olhar, observar. Para ele, o planejamento não era tão importante",
disse Sarano à Folha.
Para o pesquisador, esse é o principal legado de Cousteau. "Milhões de pessoas mudaram sua
maneira de ver a natureza e o mar
graças aos filmes e livros elaborados por ele."
A preocupação em manter a
equipe atenta a tudo o que se passava em volta dela era uma constante durante todas viagens do
grupo, conta.
"O clima era extremamente democrático, a gente conversava sobre tudo e trocava muitas idéias.
Como ficávamos muito tempo
junto, uma grande intimidade era
inevitável."
Em geral, a tripulação do Calypso era composta por 25 pessoas,
incluindo Cousteau e o capitão Albert Falco.
Eram realizadas, em média, quatro expedições por ano, mas dependendo da duração de cada uma
o número de viagens poderia ser
reduzido.
"No ano em que passamos meses na China, não deu para realizar
outra", contou Sarano.
O pesquisador retruca as críticas
de que Cousteau teria usado a mídia em excesso e de maneira indevida, com uma provocação.
"Essa pessoas provavelmente
passaram a se preocupar com o
meio ambiente por causa dos filmes de Cousteau."
Para Claude Wesly, também
membro da equipe do Calypso, os
lados aventureiro e humanista são
os mais significativos para a memória do capitão Jacques Cousteau.
"Ele foi muito importante para
mostrar o planeta e os oceanos às
crianças, que o adoravam", disse
Wesly em entrevista à TV francesa.
Maurice Dessemond, outro
membro da equipe, afirmou que
Cousteau tornou realidade o sonho do escritor Jules Verne de tornar possível a permanência do homem no fundo do mar.
(MARTA AVANCINI)
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